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Vila do Corvo, excerto 45
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INF A minha mãe falava muitas vezes nele.
[pausa] Quando veio para cá, já veio em [vocalização] barco a motor.
Ca- E lá na viagem, ora já se sabe, era um vapor já grandinho,
mulheres enjoadas, davam-lhe galinha e outras comidas melhores,
porque ele quase sempre os doentes têm falta de mais uma coisinha do gosto do que estando de saúde.
E o micaelense, lá meio rabugento, e, e pouco e de pouco pensar, e pega a fazer zaragata a bordo.
"E dão galinha às mulheres
E a nossa co- comida é igual à dos outros e a delas"…
Foram dizer ao comandante.
"Homem, está ali um passageiro,
[pausa] não está contente com a comida, porque ele [pausa] dão galinha às mulheres e que e que também quer galinha".
[pausa] "O cozinheiro que venha cá"!
Mandam chamar o cozinheiro:
"Faz-me aí um um bife bem feito, de boa carne".
O cozinheiro arranja o bife:
"Ora venha o passageiro".
"Olha, vai comer o bife e quando acabares…
Quando acabares de comer o bife, hás-de comer a galinha então.
A galinha não está pronta agora.
Então, ele ele "No fim há-de ser a galinha".
[pausa] Foi-se deitar a dormir.
[pausa] Arranjaram a galinha,
e e vão ter com ele à ao beliche, lá à cama dele, que ele que se levantasse e fosse comer a galinha.
"Homem, o senhor comandante diz que vais comer a galinha, que querias galinha"?
"Homem, diz lá ao senhor comandante que eu que estou satisfeito".
Então ele quase comeu de carne, se calhar, quê, um quilo?!
Risos Ele o tio Fidélio falava muitas vezes do padre Fidelíssimo.
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