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Vila do Corvo, excerto 56

LocationVila do Corvo (Corvo, Horta)
SubjectA agricultura
Informant(s) Feliciano Germana
SurveyALEPG
Survey year1979
Interviewer(s)João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationSandra Pereira Márcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF1 Em Agosto ele Ah, mas em Agosto ele em cima não se apanha nada.
[2]
INF1 O feijão é em Setembro.
[3]
INF1 Setembro,
[4]
ou Agosto, ou fim de Agosto, princípio de Setembro, mas [vocalização] em Agosto pouco.
[5]
INF1 Pouco.
[6]
Mas, no Verão, se mesmo no fim de Agosto.
[7]
INF1 Ele quando era semeado cedo, semeado em Maio, quando era de de meado de Agosto por diante, nalguns lugares, se estava maduro.
[8]
Mas agora semeia-se mais tarde,
[9]
[pausa] em Agosto chega pouco.
[10]
INF1 É quase sempre em Setembro.
[11]
E agora [vocalização] em Setembro ele chega o o tremoço em cima,
[12]
chega o feijão, a batata.
[13]
INF2 Está tudo a vagar em baixo.
[14]
INF1 Aqui em baixo é o milho, em Setembro.
[15]
[vocalização] [pausa] Em Junho apanha-se a batata.
[16]
Em Junho, Julho, se tira a batata da terra porque está madura semeada mais cedo!
[17]
Quando havia trigo, era debulhado em Julho trigo, centeio, cevada.
[18]
Mas ele pou- pouco disso se cultiva agora.
[19]
INF1 E [vocalização] E o milho.
[20]
INF1 Também Também [pausa] semeava-se centeio.
[21]
INF1 Centeio naquelas terras de do, do do Pico João de Moura, da Baleia.
[22]
INF1 Essas terras daí, também semeavam de centeio.
[23]
Mas ele ninguém semeia.
[24]
Essas terras, está tu- em tempos, essas terras no Pico João de Moura, Baleias, eram [vocalização] muitas delas cultivadas com [vocalização] centeio.
[25]
[vocalização] Quando elas não queriam produzir o centeio, era giesta.
[26]
INF1 Mas as giestas agora não queriam produzir,
[27]
azougavam.
[28]
[pausa] Agora têm tudo a relva.
[29]
Ele estão essas terras tudo todas a pasto.

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