Representação em frases
Castro Laboreiro, excerto 8
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INF1 Ora bem, era um rapaz…
INF2 Que namorava com uma espanhola.
INF3 Dos Cortos [pausa] de Cima.
INF1 Nam- Namorava com uma espanhola.
[pausa] Vocês ao irem ao [vocalização] ao irem aos Portos, vêem o cruzeiro – que já hoje ali falaram outros.
INF1 Ao verem os cruzeiros, vêem os altos uns al- – um alto grande que [vocalização] lá se vê à frente; uns, um um alto sem penedos.
Já é divisão da-daqui [vocalização] disto e da Espanha.
INF1 Os penedos Os penedos ficam cá abaixo baixo, onde lhe eu disse que era a Pena de Anamão.
Depois, para cima é monte raso – monte;
e [vocalização] e do outro lado de lá daquela serra, pois, é Espanha.
INF1 E aquela serra lá num todo alto muito do alto, que viram, é onde há os os marcos.
Nós enchemo-nos de estar lá.
E então, esse tal rapaz ia à ronda a Espanha.
INF2 Gostava duma rapariga.
INF1 Gostava duma rapariga.
INF3 Chamava-se, [pausa] gostava-se [vocalização] Chamava-se a ronda.
INF2 À ronda, à calada, namorar-lhe namorarem de noite, que de dia não podiam.
Eram Eram como se como agora [vocalização] irem para os cafés.
Que agora vão para os cafés!
INF3 Mas, quer-se dizer, atravessava a serra.
INF1 Atravessava a serra.
INF2 Ele gostava muito dela.
[pausa] e o cão ia com ele.
E depois a mãe não não queria que fosse porque tinha medo a que o que o comesse o lobo .
O cão O cão castrejo é muito leal.
Depois – agora estou eu a contar –, depois, a mãe [pausa] pediu-lhe para que não fosse para onde à rapariga espanhola, [pausa] que havia raparigas cá, e que o pessoal anda cá e que recusaram dar a cara.
É porque o pessoal cá é racista.
Não queriam que um português se juntasse com um espanhol.
INF1 O [vocalização] rapaz gostava da rapariga
Ia todas as no- – quando podia, quando podia.
Era o colega dele era o cão.
INF3 O f- O fiel dele era o cão.
INF1 O fiel dele era o cão.
Mas, depois [vocalização], como a mãe não queria que fosse, [pausa] lá uma noite, ela [pausa] viu que ele que ia para a, que que teimava e que ia para a Espanha [vocalização] para onde à rapariga,
e ela prendeu o cão, [pausa] para ver se ele tinha medo porque [pausa] que não ia sozinho.
INF1 Porque o cão era o [vocalização] o colega dele, o companheiro.
INF2 Meteu à corte com o gado, vá.
INF1 Meteu-o [vocalização].
INF2 Meteu na corte com o gado que ele …
INF3 E ele julgou que o cão que ia atrás dele;
mas o cão nunca apareceu.
INF1 E ao quando lhe ele julgou que levava o companheiro com ele,
mas o cão não foi porque, claro, a mãe prendeu-o e o cão não foi.
INF2 [vocalização] É a ori- a origem de ser a raça lobeira, entende, é que eles obrigavam o próprio cão castrejo a dormir no curral.
Ele era obrigado a dedicar-se aos animais.
Daí, eles eles usaram mais o cão para de se defender dos lobos.
INF1 Pois, a origem é essa.
Depois Depois o rapaz foi
[pausa] e chegou lá perto perto já da Espanha – perto da Espanha ainda não, que ainda era na serra.
INF2 Mas próximo dela morava a ma-…
INF1 Mas Mas havia uma árvore que era um carvalho, muito grande.
próximo da mãe morava a madrinha, não é?
A par- À beira da deles, morava a madrinha.
E vai daí que durante a noite…
e durante a noi- [vocalização] seguiu para a porta da espanhola, não é?
INF3 Claro, mas tu falas-lhe à maneira da outra.
INF2 Uma vez que você não lhe sabe contar.
INF1 Mas, assim assim querem vir gravar.
Foi [pausa] ao descer, lá naquela serra;
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