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Castro Laboreiro, excerto 20
Text: -
INF1 Até aconteceu melhor.
Agora ri-me porque [pausa] ri-me porque, porque porque nos aconteceu…
INF1 Assim para, para gravar Para gravar até dá melhor, assim.
Eu tenho o um meu neto, um futuro advogado, que, [pausa] está na universidade.
Ele era era como como as crianças vivas…
INF2 Deu-me o riso porque nos fez isso, o neto o ne-.
INF1 Aquele que, aque–, aquele que não for Aquele que não for assim um bocado tal [vocalização], na- não é?
INF1 [vocalização] Aquele que não for, pois, claro que não é muito esperto, não é?
Tanto faz aqui como na na…
Sim, na aqui na serra quem…
Aqui, por ser na serra, estudam muito bem, hem!
INF1 Aqui há de tudo, nesta freguesia.
INF1 Não sei se já tiveram conhecimento disso.
INF1 Aqui, há mui– há de tudo.
INF2 [vocalização] Haverá, haverá.
INF1 A senhora se perguntar o que há aqui, há de tudo.
INF2 Pessoas muito espertas.
INF1 E [vocalização] é raro, m- E, então, o meu [vocalização] neto, claro, era daquela marca que é que são as crianças que são espertas
e [vocalização] são daquela marca.
Só Só está bem ao fazer mal, não é?
E aquele que não fizer [vocalização] – principalmente os [vocalização] os rapazes, não é? – aquele, o rapaz que não fizer assim umas certas coisas, é meio palerminha.
[vocalização] Aquele que for muito morto não dá nada.
E de maneira que ele [vocalização] era esperto.
Mas, um dia, [pausa] que é que me aconteceu?
Eu tinha uns sapatos [pausa] no quarto.
INF1 Por baixo Tinha uns sapatos por baixo da cama.
E resulta que [pausa] faltou-me [pausa] um sapato.
[pausa] Faltou-me um sapato.
À procura do sapato, para um lado e para o outro,
[pausa] e [pausa] não aparecia o sapato.
[pausa] eu digo assim: "Mas que é que me aconteceu que não aparece o sapato"?
Um sapato [pausa] mais ou menos a meio romper.
Serviam para ir para qualquer lado, [pausa] para a cidade ou para a vila ou para onde fosse.
INF2 Mas olha estás-lhe a chamar sapato
INF2 Eu Mas tinha na ideia que era bota.
E de maneira que vou à pa- vou [pausa] procurar o sapato…
E sabe o que acontecera com o sapato?
vinha mais a direito ca que que a isto.
Assim [pausa] e assim, cortou cortou-o [pausa] para fazer a fisga.
INF1 Eu digo-lhe, eu di- Digo-lhe eu assim: "Olha lá… E tu sabes-me dizer, um sapato que está lá por cima, [vocalização] aquilo que seria?
Os ratos ou o que é que foi"?
INF2 E Ele depois foi guardar lá por cima no [pausa] nos ferrinhos.
INF1 "O que é que O que é que foi"?
INF1 "Avô [pausa] não bate"?
Tu viste se foram os ratos"?
" [vocalização] Pois, todos têm uma fisga" – que é o caso que a senhora perguntou –;
E eu não tinha o cabedal [pausa] " – não tinha aquele couro para, para, para para a fisga –
" [vocalização] Como é que fizeste"?
Porque depois faz- aquilo é feito com uns elásticos, com umas borrachas, [pausa] que é para a borracha estica [pausa] e aquilo [pausa] vai lá [pausa] a fisga.
Depois fica aquele bocadinho de [vocalização], de de cabedal ou, ou, ou [pausa] no fundo, que é para pôr ali a pedrinha.
INF1 Agarra-lhe no cabedal.
INF2 E depois, cá para cima é que não é pedra.
Ah, eu fazia fazia bá-bá.
INF1 Agarra-lhe no cabedal.
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