Representação em frases

Castro Laboreiro, excerto 20

LocalidadeCastro Laboreiro (Melgaço, Viana do Castelo)
AssuntoAs aves
Informante(s) Alarico Albertina

Texto: -


[1]
INF1 Até aconteceu melhor.
[2]
INF2 É verdade.
[3]
Agora ri-me porque [pausa] ri-me porque, porque porque nos aconteceu
[4]
INF1 Assim para, para gravar Para gravar até melhor, assim.
[5]
Eu tenho o um meu neto, um futuro advogado, que, [pausa] está na universidade.
[6]
E resulta que duma vez
[7]
Ele era era como como as crianças vivas
[8]
INF2 Deu-me o riso porque nos fez isso, o neto o ne-.
[9]
INF1 Aquele que, aque, aquele que não for Aquele que não for assim um bocado tal [vocalização], na- não é?
[10]
INF2 São marotos.
[11]
INF1 [vocalização] Aquele que não for, pois, claro que não é muito esperto, não é?
[12]
INF1 E é em todo o lado.
[13]
Tanto faz aqui como na na
[14]
Sim, na aqui na serra quem
[15]
Aqui, por ser na serra, estudam muito bem, hem!
[16]
INF1 Aqui de tudo, nesta freguesia.
[17]
INF2 Ai, , .
[18]
INF1 Não sei se tiveram conhecimento disso.
[19]
INF1 Aqui, mui de tudo.
[20]
INF2 [vocalização] Haverá, haverá.
[21]
INF1 A senhora se perguntar o que aqui, de tudo.
[22]
INF2 Pessoas muito espertas.
[23]
INF1 E [vocalização] é raro, m- E, então, o meu [vocalização] neto, claro, era daquela marca que é que são as crianças que são espertas
[24]
e [vocalização] são daquela marca.
[25]
está bem ao fazer mal, não é?
[26]
É em todo o lado.
[27]
E aquele que não fizer [vocalização] principalmente os [vocalização] os rapazes, não é? aquele, o rapaz que não fizer assim umas certas coisas, é meio palerminha.
[28]
Sim, isso é aqui
[29]
e é além no Porto,
[30]
é em Lisboa,
[31]
e é em qualquer lado.
[32]
[vocalização] Aquele que for muito morto não nada.
[33]
E de maneira que ele [vocalização] era esperto.
[34]
Mas, um dia, [pausa] que é que me aconteceu?
[35]
Eu tinha uns sapatos [pausa] no quarto.
[36]
INF2 Mudaste de sapatos.
[37]
Mudaste de sapatos.
[38]
INF1 Por baixo Tinha uns sapatos por baixo da cama.
[39]
E resulta que [pausa] faltou-me [pausa] um sapato.
[40]
[pausa] Faltou-me um sapato.
[41]
À procura do sapato, para um lado e para o outro,
[42]
[pausa] e [pausa] não aparecia o sapato.
[43]
Não aparecia o sapato,
[44]
[pausa] eu digo assim: "Mas que é que me aconteceu que não aparece o sapato"?
[45]
Um sapato [pausa] mais ou menos a meio romper.
[46]
Estavam bons ainda.
[47]
Serviam para ir para qualquer lado, [pausa] para a cidade ou para a vila ou para onde fosse.
[48]
Fui aqui por cima
[49]
INF2 Mas olha estás-lhe a chamar sapato
[50]
e era uma bota.
[51]
INF1 Era um sapato.
[52]
Era um sapato baixo.
[53]
INF2 Era baixo ou bota?
[54]
INF1 Baixo.
[55]
Um sapato baixo.
[56]
O O baixo é sapato.
[57]
INF2 Eu Mas tinha na ideia que era bota.
[58]
INF1 O baixo é sapato.
[59]
E de maneira que vou à pa- vou [pausa] procurar o sapato
[60]
E sabe o que acontecera com o sapato?
[61]
Agarrou Agarrou-o,
[62]
atirou atirou-o,
[63]
tirou assim um cabedal,
[64]
vinha mais a direito ca que que a isto.
[65]
Assim [pausa] e assim, cortou cortou-o [pausa] para fazer a fisga.
[66]
INF2 Para fazer a fisga.
[67]
INF1 Eu digo-lhe, eu di- Digo-lhe eu assim: "Olha E tu sabes-me dizer, um sapato que está por cima, [vocalização] aquilo que seria?
[68]
Os ratos ou o que é que foi"?
[69]
INF2 E Ele depois foi guardar por cima no [pausa] nos ferrinhos.
[70]
INF1 "O que é que O que é que foi"?
[71]
INF1 "Avô [pausa] não bate"?
[72]
"Não.
[73]
Não te bato.
[74]
Mas diz-me como foi.
[75]
Seriam os ratos?
[76]
Tu viste se foram os ratos"?
[77]
"Não.
[78]
Fui eu".
[79]
"Então, como é que foi"?
[80]
" [vocalização] Pois, todos têm uma fisga" que é o caso que a senhora perguntou ;
[81]
"todos têm uma fisga
[82]
e eu não tenho.
[83]
E eu não tinha o cabedal [pausa] " não tinha aquele couro para, para, para para a fisga
[84]
"e arranjei".
[85]
" [vocalização] Como é que fizeste"?
[86]
Porque depois faz- aquilo é feito com uns elásticos, com umas borrachas, [pausa] que é para a borracha estica [pausa] e aquilo [pausa] vai [pausa] a fisga.
[87]
INF2 Mas tem a fisga.
[88]
Depois fica aquele bocadinho de [vocalização], de de cabedal ou, ou, ou [pausa] no fundo, que é para pôr ali a pedrinha.
[89]
INF1 Agarra-lhe no cabedal.
[90]
INF2 E depois, para cima é que não é pedra.
[91]
Ah, eu fazia fazia bá-bá.
[92]
Muitas!
[93]
INF1 Agarra-lhe no cabedal.

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