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Enxara do Bispo, excerto 7

LocationEnxara do Bispo (Mafra, Lisboa)
SubjectA criação de gado
Informant(s) Borromeu
SurveyALEPG
Survey year1995
Interviewer(s)Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF As pessoas agora não têm consciência.
[2]
Comia-se um porco
[3]
Criava-se um porco dentro duma corte,
[4]
punha-se-lhe um arganel de de arame no focinho para ele não
[5]
Que era cortes de terra.
[6]
E [vocalização] E se dava umas abóboras,
[7]
dava-se-lhe umas cascas de batata, que eles nem batatas tinham ordem de comer.
[8]
INF Eram umas ervas do jerro que se apanhavam nas bordas.
[9]
É a bolota,
[10]
pelo tempo da bolota, que eu não não
[11]
Eu não sou de .
[12]
Eu estou aqui
[13]
INF Estou aqui quarenta e sete anos
[14]
INF Sou daqui perto.
[15]
INF Sou de Pêro Negro.
[16]
Conhece Pêro Negro?
[17]
INF É [vocalização] a cinco quilómetros, se tanto.
[18]
INF Mas havi- ali uns grandes matos largos onde a gente vivia
[19]
e havia muita bolota carvalheira.
[20]
INF E a gente andava sempre à bolota.
[21]
Com o vento, a bolota caía
[22]
e a gente aproveitava todos os dias a bolota para dar aos porcos.
[23]
INF E cri- E levava um ano a criar um porco!
[24]
INF E era a carne,
[25]
o toucinho era cozido com o feijão
[26]
[vocalização] A minha mãe, quando a gente ia espreitar, estava a cozer com com o feijão,
[27]
o toucinho estava no fundo.
[28]
O toucinho agora a cozer está no ao cimo.
[29]
INF Parece algodão em rama.

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