Representação em frases

Enxara do Bispo, excerto 30

LocalidadeEnxara do Bispo (Mafra, Lisboa)
AssuntoO porco e a matança
Informante(s) Borromeu

Texto: -

[1]
INF Então, antigamente, cortava-se à maneira que as mulheres queriam, pronto.
[2]
INF Era à maneira dos de pobre.
[3]
Às vezes, em [vocalização] em vez de ser maior, ser mais tudo pequenino, tudo para o mais pequenino, cortado.
[4]
INF E aproveitavam muito as carnes então era para o chouriço de sangue, porque o chouriço de sangue ia durar muito tempo, porque o chouriço de sangue ia para o fumeiro, era curado, e depois metiam-no em azeite caseiro, em latas, de folha, era [vocalização] acamados ali dentro das latas e le- e era coberto de azeite
[5]
e depois dali é que se comia, ou cru, ou feito com ovos, ou para a panela – para temperar uma panela –,
[6]
ali é que havia chouriço para seis, sete meses, um ano, se fosse preciso, que não se estragava.
[7]
INF E o chouriço curado tinha que ser comido dentro dali de dois meses ou três
[8]
senão estragava-se.
[9]
INF Porque, tirando no fumeiro, começavam a ganhar bolor.
[10]
INF O outro era o de sangue do porco também.
[11]
E esse era curado…
[12]
Esse só agora é que dura mais por causa de que vai para a arca, não é?
[13]
INF Esse quando não fosse para a arca, estava no fumeiro até se comer todos.
[14]
Tinha que ser comido naqueles dois meses, ou coisa assim, porque senão ganhava ranço.

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