Representação em frases

Enxara do Bispo, excerto 44

LocalidadeEnxara do Bispo (Mafra, Lisboa)
AssuntoAs árvores
Informante(s) Borromeu

Texto: -

[1]
INF Há espilriteiro
[2]
e há o abrunheiro bravo.
[3]
INF Não.
[4]
É esse, é esse O abrunheiro bravo não tem nada com a ameixa.
[5]
Quer dizer, o a- esse nasce mesmo pelas bordas fora;
[6]
e matos e tudo, dá o abrunheiro bravo.
[7]
INF Tem muitos espinhos que nem se pode lhe tocar!
[8]
e d- E dá aquela ameixazinha miudinha, aqueles abrunhozinhos pretos.
[9]
INF Às vezes, até estão engelhadinhos,
[10]
a gente pensa que aquilo é muito bom,
[11]
vai ver –
[12]
eh pá! –, aquilo até amarga…
[13]
[pausa] Amarga?!
[14]
Trava na boca!
[15]
INF É, é, é.
[16]
É.
[17]
Também tem picos.
[18]
INF Não, não, não, não.
[19]
Esse, esse não dá nada.
[20]
INF O espilriteiro não dá nada.
[21]
INF É.
[22]
Não dá fruto nenhum.
[23]
INF Dá, dá.
[24]
O espinheiro dá e o espilriteiro também, o [vocalização] e o abrunheiro bravo.
[25]
Até que há outra coisa!
[26]
Vou-lhe dizer:
[27]
a gente aqui chama-lhe o abrunheiro bravo
[28]
[pausa] e também podem dar o nome ou espilriteiro bravo – à mesma coisa.
[29]
INF Porque o [vocalização] o espilriteiro dá o flor,
[30]
[pausa] mas [vocalização] o fruto dele nunca vi.
[31]
Dá uma florzinha,
[32]
dá-me a impressão que a fruta, a f- a flor dele vai-se embora.
[33]
INF Agora o abrunheiro bravo é que…

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