Representação em frases
Assanhas (Figueiró da Serra), excerto 18
Texto: -
Criei, que isto Criei-me cá até até agora.
Já tenho ido assim por visita,
assim é só agora mais os filhos que me têm levado.
O mais [vocalização], nunca ia assim para lado…
Nunca fui para lado nenhum, nem para o estrangeiro nem para nada.
INF Os meus filhos já foram.
Olhe, já já estiveram em Londres,
INF eu tenho as sobrinhas…
Olhe, tenho sobrinhas na América,
tenho família em todo o lado.
INF Eu tenho estado sempre aqui.
INF Nunca andei na escola.
Só Se [vocalização] sei a letra redonda toda,
foi o meu pai – quando eu era ainda novinha –que ainda me ensinou a letra que sei.
, [pausa] Que naquela altura não havia escola [pausa] aqui.
INF E depois [vocalização]… Nem aqui nem na freguesia.
INF Depois [vocalização] os n- Eu mais os meus irmãos que são da minha idade – que já morreram – não aprendemos a ler.
INF Agora, de ao depois de [vocalização] , daí em diante, os mais novos, então, já houve escola,
INF E os meus filhos, eu já os mandei ensinar bem [pausa]
INF porque já havia escolas.
INF Mas olhe que iam. [pausa] daqui para Linhares a pé.
E levavam a merendinha para comerem lá.
[pausa] E agora só cá há dois alunos – que até são dois irmãos…
Olhe, vêm cá buscá-los de carro
Vê as regalias que agora há [pausa] , à vista de quando nós fomos criados?
[pausa] que não aprendi nada.
Só o que o que sei, foi o meu pai que Deus haja que ainda me ensinou, que me dava umas lições todos os dias.
INF Ainda Ainda quase que eu sube fazer o meu nome,
mas depois [pausa] esqueci-me.
INF Porque depois comecei a ter lida e [vocalização] não liguei.
INF Mas [vocalização] os meus filhos, graças a Deus, eu…
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