Representação em frases

Figueiró da Serra, excerto 26

LocalidadeFigueiró da Serra (Celorico da Beira, Guarda)
AssuntoO moinho, a farinha e a panificação
Informante(s) Ascensão

Texto: -


[1]
INF E a quinta aqui, para ganhar [pausa] um alqueire de [pausa]
[2]
INF de grão, que tempo eu não a- não venho?!
[3]
Que Que dias não é preciso aqui vir [pausa] para ganhar para tirar um litro em cada taleigo?!
[4]
INF Um alqueire ou dois.
[5]
[vocalização] Agora nem dão um alqueire ou dois,
[6]
mas dão mais.
[7]
Mas [vocalização] isto não para nada!
[8]
INF Depois a gente fica com o grão
[9]
Andamos aqui a trabalhar para quê?
[10]
INF Era a maquia.
[11]
INF Era a maquia.
[12]
Mas eu agora tenho as galinhas
[13]
e depois não trato tanto o milho para lhe dar
[14]
[vocalização] Ao menos ainda vou ganhando para o para os vivos.
[15]
INF Para as galinhas.
[16]
INF O mais não não para nada.
[17]
lhe digo:
[18]
não para nada.
[19]
Isto não para nada.
[20]
E- [vocalização] A gente, se ganhar meia dúzia de alqueires, fico com eles ao fim do ano.
[21]
Ao fim do ano está tudo cheio de bicho.
[22]
INF Ninguém o quer.
[23]
Então para que é que a gente há-de andar nisto?
[24]
INF [vocalização] Agora vêm estes padeiros por ,
[25]
[pausa] não querem do pão dos moinhos,
[26]
que é negro.
[27]
INF A gente andar a ganhá-lo todo o Inverno para depois ficar [vocalização] com no Verão todo cheio de bicho
[28]
Ninguém o quer
[29]
Pronto!
[30]
[vocalização] Eu, um dia, ainda disse aló alá a uns padeiros
[31]
em primeiro ainda o trocavam,
[32]
agora dizem que o nosso grão daqui que é miúdo, que para ração, que não presta.
[33]
INF Então, eu agora fiquei ainda com algum;
[34]
está todo cheio de bicho!

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