Representação em frases
Figueiró da Serra, excerto 26
Texto: -
INF E a quinta aqui, para ganhar [pausa] um alqueire de [pausa]
INF de grão, que tempo eu não a- não venho?!
Que Que dias não é preciso aqui vir [pausa] para ganhar para tirar um litro em cada taleigo?!
[vocalização] Agora já nem aí dão só um alqueire ou dois,
Mas [vocalização] isto não dá para nada!
INF Depois a gente fica aí com o grão…
Andamos aqui a trabalhar para quê?
Mas eu agora só tenho as galinhas
e depois já não trato tanto o milho para lhe dar…
[vocalização] Ao menos ainda vou ganhando para o para os vivos.
INF O mais já não já não dá para nada.
E- [vocalização] A gente, se ganhar meia dúzia de alqueires, fico com eles aí ao fim do ano.
Ao fim do ano está tudo cheio de bicho.
Então para que é que a gente há-de andar nisto?
INF [vocalização] Agora vêm estes padeiros por aí,
[pausa] já não querem do pão dos moinhos,
INF A gente andar aí a ganhá-lo todo o Inverno para depois ficar aí [vocalização] com no Verão todo cheio de bicho…
[vocalização] Eu, um dia, ainda disse aló alá a uns padeiros
em primeiro ainda o trocavam,
agora dizem que o nosso grão daqui que é miúdo, que só para ração, que não presta.
INF Então, eu agora fiquei ainda com algum;
está todo cheio de bicho!…
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