Representação em frases

Fiscal, excerto 14

LocalidadeFiscal (Amares, Braga)
AssuntoO linho, a lã e o tear
Informante(s) Crescência Crisanta

Texto: -


[1]
INF1 Não, não.
[2]
INF1 Isso era em qualquer terreno.
[3]
Era em qualquer terreno que a gente se lembrasse de semear,
[4]
semeava ali em qualquer campo.
[5]
INF1 Da- Dava em qualquer campo.
[6]
depois [vocalização], a gente trazia-o para casa
[7]
e era ripado em casa
[8]
e depois atava-se em feixes
[9]
e depois, ou se levava ao rio, ou a pessoas que o rio lhe ficava longe
[10]
nem todos tinham a possibilidade de estar perto do rio ,
[11]
então levávamos a umas poças.
[12]
INF1 Poças com água que cobrisse o linho
[13]
E estava ali nove dias.
[14]
Oito, nove dias.
[15]
INF1 Muito grande.
[16]
[vocalização] Quando estava maduro, ia-se arrancar.
[17]
Arranca-.
[18]
INF1 Era arrancar.
[19]
Chamava-se a arrancada do linho.
[20]
INF1 A arrancada do linho.
[21]
INF1 Depois da arrancada, atava-se aos molhos, aos molhinhos,
[22]
e depois trazia-se para casa
[23]
ou quem diz para casa, para um coberto, , um varandão ,
[24]
e havia um ripanço, uma trave [pausa] com uns [vocalização] dentes assim [pausa] em ferro.
[25]
[vocalização] o nosso ripanço [vocalização] era
[26]
INF1 era [vocalização] uma tábua comprida,
[27]
e depois a gente atava-o até duma coluna à outra.
[28]
Até se fosse num coberto que tem as empanadas lhe chama a gente é aquelas
[29]
INF1 São umas portas de [pausa] de ar- em madeira, que são gradeadas que é para entrar o ar para{fp} para a sementeira,
[30]
e é assim.
[31]
INF2 De madeira.
[32]
INF1 E nessa altura a gente atava duma coluna à outra com uma corda em cada em cada ponta;
[33]
INF1 ele ficava ali preso.
[34]
E uma pessoa depois, ele ia-o colocar
[35]
INF1 Quando estava a fazer isso no ripanço, quer-se dizer, a gente amarrava assim o linho à manada,
[36]
e depois fazia acolá
[37]
e a baganha caía para acolá
[38]
e a gente ficava com o linho .
[39]
INF1 Chamava-se: ripar o linho.
[40]
INF1 Era ripar o linho.
[41]
INF1 Era
[42]
A baganha era donde depois saía a semente para se tornar a semear
[43]
ou também se vendia porque [vocalização] a própria linhaça que sai da baganha tem utilidade para medicamentos.
[44]
INF1 É, é, é.
[45]
[vocalização] A linha- A baganha, era, por exemplo:
[46]
floria
[47]
e depois criava aquela [vocalização] baganha.
[48]
Era uma coisa como um greiro de grão, em ponto redondo.
[49]
INF1 E Mas é [vocalização] Com uma casquinha por fora
[50]
E a linhaça estava toda dentro dele.
[51]
INF1 Até quando aquilo abria, quando ela estava ao sol a gente depois deitava a baganha ao sol para tirar [vocalização] colher a linhaça ,
[52]
INF1 ela abria toda num rufo
[53]
e ficava assim toda num rufinho e a
[54]
INF1 Abria.
[55]
E a, e a baganha E a linhaça saía.
[56]
A baganha, depois, dei- A casca deitava-se fora.
[57]
INF1 Não tinha importância.
[58]
INF1 O linho
[59]
Não era a baganha que ia para debaixo de água,
[60]
era o linho.
[61]
INF1 O linho ia, que era para ele amolecer, para ele curtir chamava-se-lhe para curtir o linho.
[62]
INF1 Depois ficava ali curtido.
[63]
INF1 Oito, nove dias.
[64]
INF1 Consoante:
[65]
se a água fosse bem corrente, chegavam oito;
[66]
se a água fosse assim mais um pouco parada, então era preciso nove.
[67]
INF1 Depois tirava-se fora
[68]
e depois deitava-se assim às carreirinhas, estendido num prado, num [vocalização] terreno, [pausa] que tivesse ervas, muito estendidinho
[69]
e estava ali.
[70]
INF1 Era consoante o tempo.
[71]
Ou Oh, se metesse a chuva como está agora, às vezes até estava para quinze dias ou três semanas para ali, até que a coisa
[72]
Até que viesse bom tempo e ele secasse e limpasse.
[73]
INF1 Dali depois vinha para .
[74]
A v- A gente depois apanhava, quando estivesse bem seco,
[75]
e depois levava-se para o engenho.
[76]
E depois no engenho é que fazia o linho.

Edit as listRepresentação em textoRepresentação em frases