Representação em frases
Costa do Lajedo, excerto 27
Texto: -
INF Dia ordenhar as vaquinhas, que o meu homem não podia – era mui doente.
Eu dia ordenhar as vacas duas vezes no dia.
E era a- acolá em cima, bem acolá em cima, naquele cabeço lá em cima, às vezes alguns dias.
Um dia – eu tenho contado isto grandeza de vezes –, quando se fez aquele palheiro ali, eu que é que faço?
Eu tinha Estavam homens chamados para vir para o palheiro.
Eu não tinha pão cozido –
naquele tempo não se com- não havia pão para comprar.
escaldo o meu pão – era pão de milho –,
vou ordenhar as minhas vacas.
vim cozer o pão [pausa] para o jantar.
Botei jantar a cinco homens em casa
e fui levar a dois, que estavam sachando milho lá em baixo na terra.
E vou à tarde outra vez para o mato.
E como a este, muitos outros!
E como a este, muitos outros, porque ele também não podia muito e eu também já não esperava por ele.
INF E às vezes [vocalização] embebia-me no tear.
Eu cheguei a ter o tear aqui, armado aqui.
E ele di- Ele estava na cama
e el- e ele dizia: "Não fazes conta mesmo de te vires deitar hoje"?
Que eu estava, eu estava e dia estando e dia estando.
E ele dizia: "Na roda não me estrova nada.
A roda de- até adormece a gente".
Mas o tear é uma baldeirada agora, outra logo…
[pausa] Que às vezes que se espantava até!
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