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Fajãzinha, excerto 46

LocationFajãzinha (Lajes das Flores, Horta)
SubjectOs cereais
Informant(s) Amélia Amélio
SurveyALEPG
Survey year1995
Interviewer(s)Gabriela Vitorino Manuela Barros Ferreira
TranscriptionCatarina Magro
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF1 [vocalização] A gente chama-lhe a
[2]
Uns chamam a cana do milho,
[3]
outros chamam os milheiros está entendendo?
[4]
Cada terra tem o seu costume.
[5]
INF1 É o cabelo do milho;
[6]
ca- uns dizem cabeleireiro.
[7]
INF1 Eles dizem que é bom fazer chá para
[8]
INF2 Para a bexiga.
[9]
INF1 Para a bexiga.
[10]
Eu ouvi dizer.
[11]
INF2 [vocalização] Faziam isso antigamente.
[12]
Que antigamente não havia os remédios da farmácia.
[13]
Aqui havia um médico
[14]
[pausa] e dava para tudo
[15]
e sobrava muito tempo.
[16]
INF1 Mas não havia tanta doença.
[17]
INF2 Hoje estão três!
[18]
INF1 Olhe, para fazer [vocalização] trança para fazer chapéus.
[19]
INF2 Para fazer tapetes.
[20]
Que eu tenho ali que fiz o ano passado para alimpar os pés.
[21]
E alimpam melhor do que os da loja.
[22]
INF1 Para fazer tapetes.
[23]
Que o o meu marido fez o Inverno passado da da casca do milho não sabe?
[24]
É a modo duma trança e depois coseu bem cosido uma na outra.
[25]
E ele tem ali um que eu vou-lhe amostrar.
[26]
[pausa] Se quiser ver
[27]
INF1 Sim.
[28]
INF1 Mas também se fazia
[29]
Eu fiz.
[30]
Trança
[31]
[vocalização] Não sabe?
[32]
Com uma tesoura [vocalização] desfiava-se [vocalização] a
[33]
Com a tesoura 'dia-se' partindo assim às tirinhas, a modo de f-
[34]
INF1 a modo de fazer a trança [pausa] para o chapéu.
[35]
Eu fiz.
[36]
Mas também dura pouco.

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