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Fajãzinha, excerto 67

LocationFajãzinha (Lajes das Flores, Horta)
SubjectO porco e a matança
Informant(s) Amélia Amélio
SurveyALEPG
Survey year1995
Interviewer(s)Gabriela Vitorino Manuela Barros Ferreira
TranscriptionCatarina Magro
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -

[1]
INF1 Antigamente, senhora, eles diam levar os porcos ao mato – não sabe? –, quando era concelho.
[2]
[vocalização] Levavam a marrã
[3]
e levavam os bacorinhos.
[4]
E [vocalização] ela, a mãe, [vocalização] é que os sustentava – a bem dizer –, que foçava raízes de fetos que comia – está percebendo?
[5]
Eles 'diam-nos' buscar já grandes, já a modos de vender.
[6]
Mas hoje em dia, não se pode fazer isso porque está as estradas [vocalização]…
[7]
INF1 Ficavam lá.
[8]
Ficavam lá.
[9]
Eles faziam-lhe uma furna ou um lugar
[10]
e ensinavam, então, uns dias, a, o à porca – à marrã –,
[11]
INF1 à porca dir para a furninha.
[12]
E ela dia ficar na furna com os bacorinhos
[13]
e [vocalização] quando amanhecia…
[14]
Eu lembra-me isto que o meu pai – Deus o tenha no céu –, minha mãe contava que ele tinha porcos no mato, que os dia buscar…
[15]
INF2 [verbo] um lugar no fundo dum eiraço,
[16]
cortavam junco com a boca
[17]
e amontoavam,
[18]
faziam um uma coberta grande num monte –
[19]
e metiam-se debaixo daquilo para estarem à abrigada.
[20]
INF1 A porca é que fazia.

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