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Gião, excerto 9

LocalidadeGião (Vila do Conde, Porto)
AssuntoO linho, a lã e o tear
Informante(s) Cunegundes

Text: -

[1]
INF Era:
[2]
punha-se essas papinhas a [vocalização]
[3]
INF da linhaça era num almofariz.
[4]
A gente pisava aquilo – que nós tínhamos aí –,
[5]
e [vocalização] fazia aquela papinha,
[6]
e depois deitava-se…
[7]
Comprava-se na farmácia a, a [vocalização] a mostarda, picante,
[8]
e [vocalização] era uma farinha,
[9]
parecia assim
[10]
era…
[11]
E deitava-se em cima daquilo
[12]
e chapava-se onde a gente tinha: ou nas costas, ou no peito.
[13]
Às vezes, a gente era criancita
[14]
e bem chorava lá com aquilo, quente,
[15]
custava!
[16]
Oi!
[17]
INF A estriga do linho.
[18]
Há.
[19]
INF Ah, é mesmo é feita [vocalização] quando ela está já prontinha…
[20]
Eu tenho aí me parece.
[21]
[vocalização] Fazia-se assim:
[22]
entrançava-se,
[23]
era uma estriga de milho.
[24]
Que é o que se deita agora nas pipas e assim –
[25]
que se compra aquelas estrigas –,
[26]
que se compra para se deitar nas torneiras,
[27]
INF para quando se mete a torneira para ela não deitar e assim.

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