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Gião, excerto 13
Text: -
INF Ele estavam ali à mão a aparar o sangue…
ele estava ali uma criada ou um,
quase sempre era uma mulher.
Porque depois a gente queria o sangue para para cozer
e queria o sangue para as chouriças.
O sangue das chouriças tinha de levar vinho com, já na vasilha, vinho com alhos, e uma caninha, que era para para…
Aparava aquele bocadinho que era para coiso, para estar sempre a bater para ele não filhar.
INF Para ele não filhar, o sangue.
Para ele ficar em líquido.
A gente, depois o outro deixava correr
e ele ficava logo preso, não é?
INF Porque depois era para cozer,
esse sangue era para cozer, para se fazer a [vocalização] para se fazer a [vocalização] comida – ou o verde, como a gente lhe chamava.
Agora é que faz-se o sangue, sangue, não é?
Mas a gente chamava-lhe o verde do porco.
A gente depois entalia-o num, num numa [vocalização] panela grande ou num tacho grande.
[vocalização] Fervia ali todo partido aos bocados.
Ele depois partia-se assim aos quadrados
E [vocalização] E depois havia o hábito…
Isso era já já nos pr- nos primitivos, que eu era pequena, mais nova,
isso é que a gente achava graça!
Agora ultimamente a gente já não fazia isso, porque era uma crendice.
Mas era, era Punham na panela
Que era como se chamava aos porcos.
os porcos, para chamar por eles, a gente dizia:
Era isto o o chamamento dos porcos.
E depois elas diziam que se se chamasse por eles o fig-, o o sangue ficava mais abertinho.
E [vocalização], e depois desse, de O sangue depois de estar assim cozido, tirava-se para um, para uma para uma vasilha qualquer,
deitava-se muitos loureiros,
INF loureiros, ramas de loureiro.
E ele ficava ali assim a escorrer muito escorridinho,
Depois deitava-se-lhe aquele sangue, que a gente chamava o verde, e [vocalização] fazia-se também como se faz agora:
só mesmo o sangue assim de porco com um estrugido
e a gente tem aquele sarrabulho, não é?
INF A gente [vocalização] ainda agora gosta-se muito de fazer isso assim.
De fazer, até só assim para acompanhar, aquele coisinho assim estrugido, aquele verdezinho.
A gente chamava-lhe o verde,
agora chama-se sangue, porque é o sangue de porco.
INF E era assim que se fazia.
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