Representação em frases
Gião, excerto 15
Texto: -
Chamávamos chouriças de sangue, chouriças de couros e chouriças de farinha e chouriças de carne.
A gente podia comer tudo tão bem,
Mas também ele as coisas eram outras, não sei.
A gente ia então àquelas [pausa] tiras que era para derreter, as tais tiras que a gente cortava…
INF Tinha de as esfolar, não é?
Ficavam só para derreter.
E aqueles couros, a gente não tirava não os esfolava assim muito fininhos.
Partíamos com a faca a ficar um couro com um bocadinho de, de, de
INF de carne – com aquela carne gorda, um bocadinho.
Partia-se toda aos quadradinhos miudinhos.
Toda a gente a partir couros!
A gente fazia aquilo muito miudinho, os couros muito aos quadradinhos muito miudinhos.
[pausa] E fazíamos depois:
deitávamos o sal e vinho e [vocalização] o sangue de porco.
O sangue e [vocalização] e um bocadinho de vi- de vinho e, e elas e um pisquinho de farinha, de nada, ali, e um bocadinho de gordo também para para elas não ficarem muito secas.
Faziam-se ali as chouriças – deixava-se um pedaço sem encher –, da própria tripa.
INF Que agora é tudo de plástico até.
INF E a gente fazia assim
e depois dava-lhe metia numa panela de água a ferver
INF um dia ao fumo, com bastante fumo ali no lar.
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