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Gião, excerto 26
Text: -
INF1 A reforma agrária – já agora que pouco tempo leva – devia, para mim – a parte essencial, o melhor da reforma agrária –, era abandonar aqueles montes…
Eu conheço bocados de terreno como isto, aonde vai um desgraçado dum lavrador semear um bocado de centeio e ter aquilo assim como este terreirito , onde mal dá para dar a volta.
E nós temos aqui terras em baixo que é uma maravilha – percebeu? –, que estão aí a eucaliptos e silvas e fetos que…
INF1 E isso qualquer terra dá.
INF1 Porque o eucalipto quer terra boa.
INF2 Eles também agora já estão já estão a dizer para plantar outra coisa.
INF1 O eucalipto, o, o [vocalização] O eucalipto consiste aqui na nossa zona é uma praga, percebeu?
Foi o eucalipto que deu cabo do mato, que dá cabo das bouças.
INF1 Todas as bouças, por causa dos eucaliptos, começaram a não ter mato e a ter só fetos e silvas.
Porque o eucalipto suga a terra toda.
INF1 E há outra coisa que a senhora não sabe.
É que o eucalipto é a árvore [pausa] de maior desinfecção que temos.
Quase todos os produtos desinfectantes para as sanitas, e isto e aquilo, é tudo extraído do eucalipto.
Não há bicho nenhum que coma…
INF1 Não há bicho nenhum que coma eucalipto.
INF1 E já me disse um engenheiro – percebeu? – que até vejamos, porque no no chão dos eucaliptos, daquela água que sai , diz ele, aquilo é uma autêntica monda química.
Por baixo nem nem deixa vir…
INF1 Não deixa germinar nada.
INF1 E E a gente precisava era isso:
é pôr essas terras fracas…
INF1 Essas terras fracas, porem-lhe porem-lhe aquilo que é próprio das terras fracas.
INF1 As terras boas, aproveitá-las.
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