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Gião, excerto 28
Text: -
INF Os marcos são umas pedras [pausa] em forma…
[vocalização] em forma de mecos.
Que normalmente no fundo desses mecos se encontram duas pedras que se dá o nome de testemunhas.
Porque eram convidados duas testemunhas, que cada uma delas lançava a sua pedra.
INF1 É daí que vem as testemunhas.
Hoje, de facto, não se faz nada disso.
Eu quando meto marcos, que eu meto marcos em cada pedaço, muitas vezes, e [vocalização] lá ponho sempre duas pedrinhas.
Mas não são as testemunhas,
sou eu que ponho duas pedrinhas –
não conta-se por testemunhas,
que é para se distin- distinguir que, na realidade, que se trata dum marco.
porque às vezes não se sabe.
INF1 Porque depois o marco partiu, ou quê,
fica só lá um bocadinho e tal,
"Olha está aqui uma pedra,
Acontece como no nosso maninho.
INF1 Eu tive outro dia uma coisa curiosa, que foi aqui nas minhas leiras, aqui em frente à escola,
porque se fez ali uma rua,
e tiraram-se os marcos das estremas.
E os marcos do meio quase já tinham desaparecido todos agora com a história dos tractores.
Porque, sabe, os tractores vão a puxar de noite
e, por mais, o tractor pega num marco,
INF1 Os do Os dos meios quase tinham desaparecido todos.
E então, acontece que nós fomos corrigir essa marcação, [pausa] meter marcos novos,
deu em fazer a cova com um marco novo e encontrar as testemunhas doutro.
INF1 Porque aqui na nossa zona não é o que se pensa.
Eu tenho treze bouças juntas, por exemplos.
Pois nessa nessas bouças juntas se se quiser a uma pedrita do tamanho duma pinha, é difícil de arranjar.
[pausa] Porque são zonas que não tem pedra.
INF1 E as que têm, nalguma forreira dalgum valo, que é o único sítio onde há pedritas assim, [pausa] foi pedra que se levou para a obra.
INF1 Porque pedras dali não há!
[pausa] E então os marcos e as testemunhas é isso:
são os marcos que separam…
INF1 O marco é a primeira coisa que vale
e isso, cada passo, a gente vai ver…
Eu e colegas vamos ver o que é que nos parece nesta,
porque há problemas nisto e naquilo.
Quando aparece o marco, é a primeira coisa a respeitar-se.
Depois disso são os sintomas, a forma como a coisa se afeiçoa.
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