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Gião, excerto 32

LocationGião (Vila do Conde, Porto)
SubjectO lenhador e o forno de carvão
Informant(s) Cosme Cunegundes
SurveyALEPG
Survey year1993
Interviewer(s)Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF1 Mas havia [vocalização] duas coisas que se faziam com torrão:
[2]
era a cobertura dos fornos de queimar carvão
[3]
[pausa] Por isso, cada madeireiro que se dedicava a queimar carvão
[4]
porque a senhora sabe que nós tivemos uma época em que se aproveitava todos os trepos das árvores para fazer carvão.
[5]
[pausa] Essa época acabou.
[6]
Hoje ninguém tira um cepo para fazer carvão.
[7]
Mas tivemos uma época que se aproveitava tudo e se rachava os os cepos a tiros de fogo.
[8]
Eu ainda tenho um trado, que era do meu avô, que era de furar os os canhotos para dar cómodo para os rachar.
[9]
[pausa] Um, era essa coisa:
[10]
portanto, todos os queimadores, os madeireiros, todo todo o madeireiro que se dedicava e fazia carvão que tinha também a indústria de carvão , tinha um homem apropriado
[11]
porque obrigava a um determinado conhecimento que o carvoeiro
[12]
INF2 É que sabia.
[13]
Pois.
[14]
INF1 Porque nem o vendedor de carvão é que é carvoeiro.
[15]
Também o que o faz
[16]
E chamava-se queimador.
[17]
[pausa] Esse homem chamava-se queimador, que é que fazia os fornos de carvão e que assistia do princípio ao fim.
[18]
Acen- Acendia-o
[19]
e estava ali de dia e de noite.
[20]
INF1 Tinha uma barraca.
[21]
Fazia até a barraca quase sempre de, de de terrão também.
[22]
INF1 [pausa] E além do do terrão para para os fornos de carvão, era usado também para os paus de que se falou ontem, para as divisórias das propriedades.

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