Representação em frases

Covas, excerto 22

LocalidadeCovas (Santa Cruz da Graciosa, Angra do Heroísmo)
AssuntoA vinha e o vinho
Informante(s) Flórido

Texto: -

[1]
INF É o principal é no mês de Setembro.
[2]
INF Há vindima sempre.
[3]
E ele às vezes ainda em [vocalização] em Agosto e [vocalização] ali na derradeira semana…
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Eu lembra-me um ano, no dia 15 de Agosto,
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já não havia vindima, nem de cheiro, nem verdelha, nem de classe nenhuma.
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INF Isso já fo- Aquilo foi do clima do do ano.
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INF Adiantou-lhe…
[8]
Adiant- Foi no ano que se fez aquele barco Espírito Santo.
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INF Eu andei lá a trabalhar nesse barco
[10]
e esses rapazes que eram do Pico – porque houve ele foi quatro mestres que vieram do Pico; mas um é que era o mestre só; mas os outros eram ajudantes – pediram-me: "Homem, você há-de-me arranjar uns cachos de uva verdelha cá da ilha".
[11]
Eu assim: "O senhor havia de ter falado mais cedo".
[12]
Mas ainda consegui arranjar-lhe mas talvez já no dia 20 de Julho, de de Agosto.
[13]
INF É que eu levei esse [vocalização] esses cachos de uvas
[14]
e foi uvas que eu tinha lá em casa que era para passar
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e levei-lhas.
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E eles calcaram-nas no coiso.
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Diz que nunca comeram coisa tão doce!
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INF É.
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Quase tudo é.
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[pausa] É tudo é nas suas casas.
[21]
Hoje tudo tem os seus lagares.
[22]
Tudo tem.
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INF É uma coisa parecida com este meu.
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INF Sim.
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Antigamente havia muito lagar nessas vinhas aí para baixo.
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Já hoje está tudo perdido.
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Já não se pisa
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nem se vindima n- nada para esses lagares.
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INF Pois.
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De, aque-, esse Porque isto era de meia dúzia deles.
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Hoje é de [vocalização] de quantos centos estará para aí empregados so-, tudo nessas vinhas?!
[32]
INF De donos!

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