Representação em frases
Carapacho, excerto 28
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INF Então a gente faz sempre [vocalização] da forma do costume de dos nossos antigos.
INF Ele a gente fazia em tempo era em três dias.
Agora [vocalização] habituaram-se a fazer em dois, [pausa] a maioria.
INF Em três dias era a mesma coisa,
mas levava o fim-de-semana aquela festa.
Mas depois mudaram para dois dias,
a gente faz em dois dias.
A gente mata o porco da manhã.
Quando chegam, a gente oferece biscoitos e [vocalização] …
INF Quando chegam os convidados, [pausa] as nossas famílias e alguma pessoa amiga.
Ele eu em tempo, tínhamos muitas,
mas agora morreu as minhas famílias,
só tenho agora o meu filho e a minha nora, e os meus três netos,
e é o sogro e a sogra de [vocalização] do meu filho
Essas pessoas que a gente tinha…
INF E a gente cá de casa, os dois.
INF Os vizinhos vêm, às vezes, à noite, ver o porco.
Outras vezes, não querem vir à noite [pausa] passear,
vêm noutro dia da manhã ver o porco.
E da manhã, quando a gente mata, a gente oferece biscoitos e aguardente.
[pausa] Em tempo, era assim.
Agora desde que o meu filho se mandou e casou, a gente faz tudo é à moda da Ribeirinha.
[pausa] E depois do almoço põem em cima da [vocalização] da mesa, em duas mesas, duas bandejas com biscoitos, [vocalização] e aguardente para aqueles que querem.
Depois vão apanhar o porco
[pausa] E depois daí, [vocalização] na altura que está chamuscado de um lado, [vocalização] vão com biscoitos…
Ele é cavacas que é assim uma coisa mais leve – para não ter mais demora – e uns rebuçados para eles comerem.
Depois ficam a acabar de chamuscar,
tornam a [vocalização] chamuscar.
E ao cabo de chamuscar, vêm para dentro,
INF É [vocalização] Almoça-lhe [vocalização] é o que a gente tem.
É o queijo e o pão, queijo de peso e pão de trigo, e [vocalização] café.
E depois vão para fora lavar o porco.
porque também em casa do meu pai eu não ia.
Porque nós ali apanhamos-lhe o vinho .
mas disse-lhe que não ia mais.
[pausa] e estive quatro dias de vindima,
Depois, daí, [vocalização] vão lavar antes de lavar as tripas eles vêm para dentro,
oferecem-lhe pão e [vocalização] daquele sangue cozido que [vocalização] que vai para a morcela e gua–.
Então [vocalização] pegam no sangue,
depois cozem umas postas que é para o sarapatel e dessas postas,
se tem bastante – que às vezes ele fica com ele dentro em si –, depois botam-lhe o alho, malagueta,
E bebem vinho os que gostam
e os que não gostam comem biscoitos.
Depois ele desmancha-se as tripas,
INF Os homens [pausa] vão lavar.
[vocalização] O meu filho fica, à direita, na Ribeirinha, quem vai para a Esperança.
que é ali talvez como ali ao pé daquele tonel.
[vocalização] É os poços da Ribeirinha.
E tem uma cisterna de água.
Depois, daí, eles ficam a lavar as tripas.
[vocalização] E o jantar está a andar.
[pausa] Toca a ir tirar o jantar, para comerem.
Depois um vai tratar do seu gado,
outros ficam a jogar às cartas.
Depois os outros desembaraçam-se
Quando é à noite, estão para ali a fazer serão, a jogar às cartas, outros a tocar, cantarem,
outros é a ver televisão, outros a ouvir gira-discos.
E passa [vocalização] – às vezes ele a jogar – a ceia às vezes para as duas, três horas.
Mas ele já há uns anos o meu homem anda muito doente.
e depois também tenho os meus bichos:
E [vocalização] E no outro dia então, da manhã, desmancham o porco [pausa] para salgar.
E tiram-lhe o que é dado, pois ele o que é para o para os torresmos.
e depois daí – daí a uma hora, ou hora e meia – tiro-os da água e sal,
fazem o molho de vinha-de-alhos com alho e [vocalização] vi [pausa] alho e malagueta e canela.
botam-lhe uns canados de vinho
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