Representação em frases
Granjal, excerto 64
Texto: -
INF1 Mas olhe que quem matar um porquinho…
INF2 É só para dar aos filhos todos .
INF2 Chouriças, moiras e .
Nós não comemos nada, a modo de dizer.
INF3 Olhe, ela não pode comer.
INF1 Mas, mas quem Mas quem…
INF1 Mas mesmo que seja pequenino…
INF2 Eu também não posso comer.
INF1 Costuma-se cá dizer às vezes…
A minha avó – que Deus lhe perdoe – dizia assim…
[pausa] Ele, às vezes, eu dizia-lhe assim: "Nunca mais matais um porquinho!
Ponde-vos a matar um porquinho"!
Dizia-me ela para mim, a minha avó.
E [vocalização]: "Olha que diz que quando o teu vizinho matar um porco, mata tu um tordo!
Olha, conheceis a novidade de tudo"!
Nem que seja pequenino, a gente conhece de tod- de tudo.
E escusa de a gente estar a olhar para as mãos dos outros.
E a gente nas feiras não sabe o que compra.
E em casa sabe o que tem.
Nós estávamos os aninhos todos a matar.
Todos os anos matava um para mim e outro para uma minha filha que tenho em Lisboa, para a minha Juvina.
Ela este ano vai estranhar.
Mas [vocalização] que o mande comprar à feira.
Ela a mim também mo pagava.
INF1 Ela manda o dinheiro
INF1 Vai-lho comprar a Trancoso ou ali em Sernancelhe, ou assim,
INF2 Pois, eles sabem quem é.
INF1 Eles lá não podem fazer estas coisas.
Não têm adonde fazer estas coisas,
INF3 Nem o sal lá aguenta a carne.
INF1 Vê lá tu, o que faz a diferença às coisas.
INF3 O sal de Lisboa não derrega a carne.
INF1 Ó senhora dona Élia olhe que não derrega!
INF3 Eu vi aqui em Moimenta
INF1 E o nosso aqui derrega.
INF3 mais o meu cunhado Eusébio,
levámos daqui quase um porco inteiro,
tivemos que o botar quase todo fora.
INF1 Então foi como quando o meu irmão para lá foi…
INF3 Salgámo-lo lá nos caixotes,
quando foi ao fim de pouco tempo estava tudo estragado.
INF1 Cheirava mal, muito mal.
INF1 Agora aqui é aqui também é o frio.
O frio é que ajuda a a fazer os fumeiros bons.
INF3 E quem derrega o sal?
INF1 É o tempo, a humidade.
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