R&D Unit funded by

Sentence view

Larinho, excerto 24

LocationLarinho (Torre de Moncorvo, Bragança)
SubjectOs cereais
Informant(s) César
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)Luísa Segura da Cruz Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -

[1]
INF Por exemplo, isto normalmente é no chão.
[2]
No chão, quer dizer, terras fortes.
[3]
Terras fortes já são terras de renovo e terras de trigo.
[4]
Por exemplo, a terra do trigo também se dá nesses chãos,
[5]
mas o cereal não quer ser regado.
[6]
INF Não há cereal nenhum que queira ser regado.
[7]
INF O pão e trigo e cevada, não quer ser regado.
[8]
Se o regarem, leva caminho.
[9]
Ele não cresce.
[10]
É a única coisa que não quer água.
[11]
INF Agora, o resto, milho, feijões, batatas, assim, isso já gosta da água.
[12]
Couves e saladas, etc.
[13]
INF É terras secas.
[14]
Chama-lhe a gente terra seca, que não não pode, não quer água, pronto.
[15]
Até, se vêm anos molhados, é como a conta que eu já lhe disse:
[16]
nestes terrenos que não sejam assulcados, que são um bocado molhados, leva caminho.
[17]
Chocam-lhe as raízes,
[18]
apodrecem.
[19]
INF [vocalização] O cereal é a única coisa que não quer água, que não se não se dá nas terras húmidas.
[20]
INF É.
[21]
INF Ter- Terras de secadável é as tais que não têm água, as tais do cereal do pão.
[22]
INF São terras secadáveis, terras secas, terras secadáveis.
[23]
Terras do renovo já são terras frescas, terras terras com com força e e águas, pronto, as que há.
[24]
Que há muitas terras que também não têm água,
[25]
INF mesmo se são fundas, boas, e põe-se lá renovo.
[26]
Não há água, pronto,
[27]
não há água, mas pronto,
[28]
já tem a terra um uma certa profundidade, uma de- uma certa frescura, que vão criando renovo sem se regar.
[29]
Claro, regando, é melhor.
[30]
Agora, o cereal, não.
[31]
O cereal praticamente dá-se quase numa fraga.
[32]
O pão é a única coisa…
[33]
Pronto, o pão e trigo e cevada, assim de terra [pausa] para seco…
[34]
Dá-se em terra, pouca terra.
[35]
Num palmo ou dois de terra, dá-se o cereal.
[36]
Porque [vocalização] essas fragas, isso que vêem por aí afora, essas terras assim ruins não são não têm chão.
[37]
São terras…
[38]
Anda a charrua do animal quase a bater por baixo no roço.
[39]
Mas o cereal dá-se.
[40]
INF Dá-se,
[41]
porque, é claro, pasta na flor da terra
[42]
e o cereal é criado praticamente na época do Inverno e das humidades.
[43]
INF Porque semeia-se no fim do Verão,
[44]
portanto, agora ainda há nas terras –
[45]
sim, não é? –,
[46]
mas agora já está criado.
[47]
Agora já estamos nas segadas.
[48]
Já [vocalização] atravessa praticamente a parte do do terreno com mais [nome] a terra.
[49]
É a razão de se ele fabricar.
[50]
Porque se fosse posto como o renovo agora daqui para a frente, também não se dava.
[51]
INF E é a razão de se ele dar,
[52]
que apanha o Inverno todo e [vocalização] pronto,
[53]
e vai.
[54]
Quando pega a terra a secar, está ele em termos de segar…
[55]
É agora a altura da ce-, da ce- da ceifeira, de segar as terras, pronto…
[56]
[vocalização] E é E é isso que se ele dá.
[57]
É por isso que se ele dá.

Edit as list • Text view • Sentence view