Representação em frases
Larinho, excerto 36
Texto: -
INF1 Bom, prepara-se a terra,
lavra [pausa] a terra duas vezes, ou até três.
Passado tempo de o linho estar nascido, vai ver se há erva
e depois de o linho estar já grande, com a flor, a flor deita uma casulinha que é a semente.
O linho O linho cresce bastante
e deita uma casulita que é a semente.
Depois a semente, depois, quando está seco, a gente arranca o linho
e sacode a semente para qualquer coisa – num toldo ou qualquer coisa, como a gente lhe chama;
não pode ser na terra, no chão, não é? –,
e [vocalização] aquela semente guarda-se;
o linho, depois, quando está bem seco, aquele, o cana a cana do linho vai-se a levar para o ribeiro, para o rio;
chamamos até uns ribeirozinhos onde íamos metê-lo –,
punha-se com muitas pedras, para ele não vir acima,
passados oito dias, a gente ia tirar o linho,
estendia-se ali por aquelas [vocalização] terras fora ou um que estivesse em volta,
quando estivesse seco ia-se buscar.
Quando houvesse vagar e se pudesse, chamavam-se [vocalização] mulheres – que lhe chamavam as maçadeiras –
com umas maças, maçavam, maçavam, maçavam;
depois de maçar, uma delas, ou duas ou três – conforme era o linho das pessoas e que eles aqueles que tivessem muito –, com umas com uns panos de estopa, esfregavam, esfregavam muito bem esfregadinho;
depois de esfregado iam para uns coisos de cortiça – que lhe chamavam uns cortiços –,
e, com uma espadadela, espadavam,
espadavam até ficar bem espadado;
depois de espadado – mais ou menos, depois passado uns tempos, não era logo tudo assim umas coisas atrás das outras, não é? –,
passado uns tempos, iam a [vocalização] [pausa] o restelo,
parece que era restelo que chamam, o restelo, a restelá-lo para ficar…
e ia ficando o outro que se chama estopa, que era a mais grossa;
e depois faziam aquilo nas estribas – chamavam estribas –, passado quando pudessem,
durante o Inverno é que se fiava,
Aquele melhorzinho era o linho – o linho fino, fiado donde é que vem o lençol, que se pode ver,
e o outro era estopa, que depois faziam [vocalização] colchões, que eram colchões de palha, que se metia
não era só a palha que há agora, os colchões e isso.
E agora desses colchões, sacos…
Nessas casas ricas havia sacos para…
Não havia sacos como é agora,
é sacos de estopa para a sementeira, para as colheitas, para o cereal e isso,
INF1 Para levar para as eiras.
E sacos, ainda no outro dia fiz um jogo, bem bonito e a Clara também dirá terá, desses sacos grossos.
INF1 Desses sacos grossos, de que que eram antigos.
Eu tenho ali ainda alguns.
Uns bocados que ainda é para fazer alguma coisa, mas a minha idade já não me permite fazer muito.
INF1 E E de maneira que se fazia assim.
A i- Ah, mas ainda não disse:
depois de, do disso, de estar compostinho, ia ao tear.
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