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Vale Chaim de Baixo, excerto 7
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O trigo não era todo do patrão, que aquilo são combinações que fazem.
[vocalização] Havia aquela contrata,
Pois, davam terras à ração.
Portanto, ia fazer o bocadinho de terra: "Já sabes,
olha, cada de de se-, de [vocalização] cinco molhos, de cin- [vocalização] de seis molhos, dás-me um".
E depois quando fosse a reçoar, iam reçoar o trigo.
INF1 Depois faziam os roleiros.
INF1 Depois de os roleiros estarem feitos, vinha um com a carreta, [pausa] a carreta e os bois,
e vinha o tal dito criado,
INF1 quando vinham carregar, faziam as carradas
INF1 E depois de estar na eira, asselhavam em b-, s- descarregavam lá
e faziam então a tal dita meda, que chamavam-lhe uma meda.
Pois, essa meda de trigo.
E depois de estar as medas feitas – hum? –,
era quando havia [vocalização] os tais [pausa] parelhas – havia parelhas –, [pausa] debulhavam.
Quem diz parelhas diz bois.
Arranjavam [vocalização] umas cordas, uma corda muito comprida
e passavam todas pelo pescoço dos animais.
Neste momento, fazia as medas;
depois, tinham a selhedeira feita, o selho, [vocalização] no chão, não é?
E depois de faz-, depois de de terem a eira feita –
depois iam apanhar bosta de rês, [pausa] dentro duns cocharros.
Às vezes, durante a noite iam donde dormiam…
Dormiam por fora, no campo,
e depois iam lá, dentro dum cocharro
apanhavam a bosta de rês toda.
E depois tinham umas bilhas de [vocalização] de madeira, destas pipas,
Pegavam depois nessas pipas
e punham em cima duma duma dessas dessas carretas
e onde é que houvesse água, um tanque ou um poço, ou um depósito qualquer que tivesse água, enchiam essa bilha.
A bilha levava cem, ou levava duzentos litros, ou levava trezentos, conforme.
E traziam-na depois para a eira [pausa] em cima dessa carreta.
E nessa guia E depois aí nessa essa bilha que por baixo tinha um…
Nem sequer havia torneiras!
INF1 Era um canudo de cana.
INF1 E era um canudo de cana, uma rolha de cortiça,
por cima tinha uma boca, para encher com…
Tiravam a água ao pé dum pego de água, com um balde, um funil na boca da da coisa,
Assim que enchessem, levavam para a eira.
Depois iam buscar essa bosta,
punham essa bosta ali assim,
e depois com água e umas vassouras de lantisca…
[pausa] Chama-se a lantisca, um mato que há aí no mato,
[vocalização] uma coisa, há aí no mato.
Essa vassoura de lantisca, faziam essa vassoura, uma vassoura assim – pois, comparada a isto, não é? –, e em grande, em ponto grande.
Começavam a pôr ali água, em cima da bosta –
aquilo era um moitão assim –,
e com água começavam a bandear assim a bosta,
e depois começavam [pausa] com a vassoura…
Aquilo fazia, fazia fazia nata.
INF1 Ficava Ficava desnatado.
Ficava [vocalização] uma espécie de caldo.
E então começavam com aquilo [pausa] varrendo [pausa] pela eira afora.
E então passavam a eira toda com aquilo.
Depois punham o trigo, [pausa] quando aquilo estava enxuto…
INF1 Depois, quando aquilo estivesse enxuto, punham a água [vocalização] punham o trigo.
Pu- Punham uns molhos desatados, todos assim em volta [pausa] com a eira, tudo.
E depois punham uma camada de molhos assim,
punham outro aqui, vinham prantar tudo com as espigas para cima e depois punham lá –
chamavam-lhe um calcadouro –
[pausa] e depois punham lá o gado [pausa] nos bolsos.
Para não comerem, assim os boiinhos embolsados
Toca de andar com aquilo tudo à roda, ali
sete, sete, oi-, oito oito cabeças ali tudo [pausa] em cima.
E a gente cantando e semeando.
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