Representação em frases
Vale Chaim de Baixo, excerto 12
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INF1 Ai Ai, isso é isso é o tal a tal malagueta.
Se eu lhe fosse contar uma parte duma parte que houve uma vez com uma caldeirada sobre essa coisada!
Fomos à pesca, à barragem – à barragem de Santa Clara.
[pausa] Dois indivíduos, fui eu aqui mais o meu vizinho,
e apanhámos uma grande remessa de achigãs.
E depois a gente tinha muito aquele costume:
vínhamos pelo um caminho,
chegámos aqui à Venda Nova,
deixámos ali na volta talvez duns [vocalização] duns três quilos de achigãs, arranjadinhas, de salinho.
Fui: "Arranja aqui que é para a gente, daqui a nada, virmos aqui comer, fazer aqui a caldeirada".
[pausa] Pegámos nas outras,
[pausa] digo: "Bom, vou-me até à Venda Nova, que tenho lá uma caldeirinha de achigãs que deixei lá a chocar".
A minha patroa disse-me: "Sim, vai, que faz-te bem!
Vai que isso é bom para ti"!
[vocalização] Mas eu, a gente, naquele tempo, quando era novo…
INF1 A gente pega na gente,
Mandámos arranjar a caldeirinha de achigãs,
[pausa] estava o Clarêncio e este que trabalha aqui nesta lá no posto, lá no coiso, lá na, no banco no Banco Ultramarino.
INF1 E a esse eu chamo-lhe o Clariano da Venda Nova.
[pausa] E estavam por ali mais uns quantos [pausa] amigos, pois.
Onde estava o o tio Clarimundo, estava o tio Claudemiro, que era das Murtinheiras
e estava o ali o coiso, [pausa] o ali o, o Claudiano o Claudiano do Monte Novo, o Claudianinho…
INF1 "Ah, vai uma caldeirada de achigãs"!
Com aquelas três caldeiradas, com aqueles três quilos de achigãs, vai uma caldeirada!
INF1 Bom, a tia Conceição foi fazer a caldeirada: "Tio Cirilo" – que era eu…
"Há-de provar aqui isto a ver se isto está bom".
Digo: "Olhe, por acaso tem um bocadinho de queimo mas poucochinho,
pode-lhe pôr mais um bocado".
Ela para ele não se enganar, truz!
"Tio Cirilo, prove lá agora, que eu já pus mais um bocadinho,
prove a ver se isto agora está bom".
Digo: "Ai mãe santíssima!
Então o que é que vomecê fez?
Porque é que vomecê fez isto?
Então vomecê estragou isto tudo, homem!
Então isto está tudo queimoso,
então quem é que dá comido isto"?
Bom, mas aquilo, a gente não fez assim muito caso com a queima,
Tirámos aquilo ali para cima da mesa,
chegámos para ali todos para comer.
[pausa] Ó mãe santíssima!
Eles então diziam: "Sim senhor.
Uma caldeirazinha tão boa mas estragaram isto com o queimo"!
INF1 E o Clarêncio dizia assim: "Ai!
tão boa, tão boa, tão boa, mas isto não escapa aqui nada!
Bebe-se uma pinguinha atrás da comida que isto vai tudo bem"!
Olhe, não lhe conto nada!
É daquelas bebedeiras que a malta…
Era daquelas bebedeiras alegres!
Não, a malta não dava para guerrearem uns com os outros…
INF2 Pois, essas é que é boas.
Isso é tudo malta alegre.
Dava para se divertir, a cantar os seus fados, os seus fadinhos!
INF1 A dizer as suas as su-…
O Claudemiro das Murtinheiras dizia as suas boas quadras .
INF2 Ai isso é uma lenda!
INF1 Aquilo foi uma noite, uma noite bem passada!
INF1 Ali às tantas da ma- noite, entrámos lá para dentro dum casão que lá havia, com umas mantas, com uma coisa qualquer,
olhe, passámos lá o resto da noite.
Risos No outro dia de manhã, levantámos,
viemos embora para baixo;
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