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Vale Chaim de Baixo, excerto 14

LocationVale Chaim de Baixo (Odemira, Beja)
SubjectA vinha e o vinho
Informant(s) Cirilo Ciro
SurveyALEPG
Survey year1995
Interviewer(s)Luísa Segura da Cruz
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF1 Então, levam, levam levam uma podadeira.
[2]
Para apanhar os cachos de uvas, levam uma tesoura.
[3]
Pois.
[4]
INF1 E depois vão pondo os cachos dentro, dentro da, dentro dentro das canastras.
[5]
INF1 Não.
[6]
INF1 Umas canastras.
[7]
É mesmo canastras.
[8]
INF1 Pois.
[9]
Depois prantam-nas às costas
[10]
e carregam para dentro do para dentro do do coiso, do dos baldes, do, do dos potes.
[11]
Vai uns potes,
[12]
vão vão aqui os tractores.
[13]
Quem diz os
[14]
Pois é os tractores que vão com umas caixas em cima, uns depósitos dentro,
[15]
e despejam para dentro.
[16]
Pois.
[17]
INF1 Quando não havia tractores?
[18]
INF1 Quando não havia tractores, era nas carretas e às costas.
[19]
Pois.
[20]
INF1 Levavam para a, p-, p- para a lagariça, para o lagar.
[21]
Pois, era para a lagariça mesmo.
[22]
Para a lagariça.
[23]
INF1 Deitavam Deitavam dentro da lagariça;
[24]
[pausa] e depois de deitarem para dentro da lagariça, [pausa] iam para uma mancheia deles.
[25]
Pois.
[26]
INF1 Agarravam-se a umas cordas
[27]
e toca de dançar alá dentro,
[28]
partindo aquilo tudo,
[29]
arregaçados até o joelho.
[30]
Arregaçados até o joelho
[31]
e toca a patearem.
[32]
Pois.
[33]
Por vezes
[34]
Pois.
[35]
Era isso.
[36]
INF1 E depois [vocalização] aquilo
[37]
INF1 Depois aquilo ia-se espremendo dentro.
[38]
Aquilo estava tudo fechado dentro.
[39]
Aquilo a lagariça estava tapada.
[40]
Aquilo ia-se enchendo-se,
[41]
enchia-se.
[42]
INF1 E depois [vocalização] [pausa] deixavam-na estar.
[43]
Pois.
[44]
Deixavam estar,
[45]
aquilo apurava tudo acima
[46]
e depois começavam a tirar as gingalhas, os cachos, aquela aquelas impurezas, aquelas das peles,
[47]
ali tudo, apurava tudo em cima.
[48]
INF1 Três dias.
[49]
Parece-me que aquilo que eram três dias.
[50]
E depois de apurar três dias, abriam por baixo,
[51]
e era coadinho, , para dentro das bilhas.
[52]
Para dentro das, das das pipas.
[53]
INF1 E estava pronto.
[54]
Não estava pronto!
[55]
INF1 Pois.
[56]
Depois ia para dentro do das pipas,
[57]
INF1 e depois estava a cozer.
[58]
INF1 Depois até até pegavam num pero,
[59]
[pausa] punham na boca do, do barr- do barril, na boca por cima:
[60]
a pipa estava cheia, assim deitada
[61]
tinha uma boca por cima donde tinha o coiso
[62]
e pegavam num pero sadio
[63]
e punham-no ali.
[64]
Quem diz um pero, diz um marmelo.
[65]
INF1 Sucessivamente uma peça qualquer.
[66]
INF2 Uma fruta qualquer.
[67]
INF1 Quanto mais mais bem cheirosa fosse, melhor.
[68]
O vinho depois recebia aquele [pausa] aquele gosto.
[69]
INF1 E quando o pero fosse estando podre, o vinho ia estando cozido.
[70]
INF1 Pois.
[71]
Isto era mais mais parte era um pero.
[72]
INF1 Mais A coisa mais principal.
[73]
Um pero ou uma pera.
[74]
INF2 Pois.
[75]
INF1 Pois.
[76]
Punham ali.
[77]
Quando o pero fosse estando podre
[78]
[pausa] Deixa que [pausa] que o pero estivesse quase podre na boca do da bilha, [pausa] podiam ir provar o vinho, que estava bom.

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