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Vale Chaim de Baixo, excerto 18
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Ora, como é que se faz a taipa?
A taipa faz-se com terra.
Isso sendo com qualquer terra,
mas assim próprio, próprio propriamente não é com qualquer terra.
INF Com aquela terra barrenta, [pausa] terra barrenta, mesmo terra barrenta, que essa é que é a terra de taipa.
Como essa que está aí nessa terra aí, essa é terra de taipa.
Há uma terra mais [vocalização] mais negra,
essa já não é terra de taipa.
INF Como é que construíam?
chegavam num bocado num bocado de terreno.
Diziam assim: "Vamos aqui fazer umas casas"!
Abriam uns caboucos aí na volta de [vocalização] meio metro
e depois enchiam de pedra e barro.
Não se Cavavam [vocalização] uns bocados de barro, um bocado de terra, ali assim num moitão,
e depois [vocalização] faziam uma cova ali ao meio,
deitavam-lhe uma gota de água ali para dentro
e começavam a amassar com uma enxada.
Pois, amassavam aquilo muito bem, tal e qual como quem amassa aí cal ou areia, pois, como quem amassa aí areia para o cimento.
E depois de aquilo estar amassado, carregavam então para o pé donde esses tinham tinham os caboucos abertos, para o pé do do pedreiro, pois.
Carregavam pedras nas carroças, nas carretas de bois.
pedras grandes e metiam ali em volta, grandes e pequenas,
aquilo era tudo em volta.
E depois começavam a [vocalização] a encher os caboucos, a encher, a encher, a encher;
aquilo era tudo alinhado com uns fios, com uns prumos,
[pausa] aquilo era tudo alinhado.
E depois até havia umas réguas também.
[pausa] E depois aprumavam aquilo ali assim, que aquilo estando aprumado, aquilo quando tendo aí uns talvez uns cinco ou dez centímetros de fora da terra, [pausa] assim do do limite do chão,
INF afirmavam então depois a taipa.
Mas a taipa, depois a terra era cavada e passada toda [vocalização] aos [vocalização] cavaletes.
Ficava toda passada aos cavaletes.
[pausa] Iam regando nela com um regador,
e depois iam passar nela outra vez com uma enxada – quando a terra estivesse passada, não estivesse mole;
[pausa] estivesse passada, sim, que estivesse passada.
INF Depois armavam então,
acareavam dois tai-, um, dois taipais.
[pausa] Cada taipal tinha uma agulha.
Essas agulhas tinham uma tarraxa.
Chamam-lhe uma uma agulha.
INF Quer dizer, uma agulha…
INF Chamam-lhe uma agulha
mas é um é um pau comprido.
Nesse tempo era de madeira.
E aqui assim tinha um buraco
[pausa] e aqui tinha outro.
Se a parede era com meio metro, [pausa] tinha tinha aqui um buraco
E depois havia uma – chamava-lhe a gente uma tarraxa.
e havia depois os as mestres das tarraxas [pausa] que metia aqui assim…
punham os taipais aqui em cima.
Dois taipais: um dum lado, outro doutro.
[pausa] punham aqui outro.
Armavam em cima dos caboucos.
E depois de estar armado em cima dos caboucos – hã? –, tinham aqui as agulhas,
INF1 Aquilo [vocalização] era era de metro a metro, os taipais.
Conforme armavam aquilo ali, [pausa] tinham umas cordas depois por cima para atar [pausa] as mestras,
as o coiso, chamavam-lhe as mestras, metiam ali assim,
[pausa] faziam força àquilo,
E depois tinham também um frontal [pausa] para meter dum lado.
Dum lado não tinha frontal nenhum,
mas doutro lado tinha um frontal,
que era do lado que ficava sempre do lado de fora.
E depois [vocalização] como tinha o frontal, metiam o frontal assim daquele, de da parte de…
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