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Vale Chaim de Baixo, excerto 57

LocalidadeVale Chaim de Baixo (Odemira, Beja)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Clóvis Corina

Text: -


[1]
INF1 Onde aprendi era capaz de não dar
[2]
não da- Não davam os mesmos nomes que davam aqui.
[3]
Aprendi na serra de Santo António.
[4]
Não sei se as senhoras sabem onde é
[5]
INF1 Sim senhor.
[6]
INF2 Ao [vocalização] de Mira de Aire.
[7]
INF1 é que aprendi.
[8]
INF1 Sim senhor.
[9]
INF1 Não, não.
[10]
INF2 Não, é daqui.
[11]
INF1 Fui por acima correndo mundo,
[12]
fui para a para a vindima de e fui para o varejo.
[13]
havia muita azeitona.
[14]
E depois o patrão mesmo onde é que eu trabalhava ele até fazia teares
[15]
e o genro dele tinha uns poucos de empregados.
[16]
INF1 Depois deu-me ele em dizer: "Se quiser, a gente ensina-o"!
[17]
E depois até ele, n- num sentido, ainda me enganou, porque não valia a pena.
[18]
Disse-me assim: "Ah, eu, [pausa] o trabalho que você fazer, pago-lhe.
[19]
E ensino-lhe".
[20]
"Não lhe quero levar nada"!
[21]
De resto, o trabalho que fiz, não me pagou nada"!
[22]
INF1 Andei eu dois meses a fazer aquilo.
[23]
INF1 E o que me ele me ensinou, até mesmo ele depois disse assim: "Se não aprenderes mais que o que te eu ensino"!
[24]
Ele então disse a verdade logo!
[25]
Mas a sogra também sabia.
[26]
A sogra é que me dava
[27]
Uma vez prantou-me ele uma teia para mim [pausa] [vocalização] urdir,
[28]
e nem sequer era para para mim tecer,
[29]
era para umas outras empregadas.
[30]
E foi-se embora,
[31]
quando ele voltou, eu tinha-a urdida,
[32]
mas a a senhora que era a velhota, era a sogra dele, andava por ali,
[33]
tinha ali um aviário, tratando das galinhas
[34]
me ia dizendo,
[35]
quando ele chegou, eu tinha aquilo tudo [pausa]
[36]
INF1 tudo urdido.
[37]
INF1 Pois.
[38]
[pausa] Sim senhora.
[39]
Pois.
[40]
INF1 Era tecelão.

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