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Lavre, excerto 4

LocalidadeLavre (Montemor-o-Novo, Évora)
AssuntoO sobreiro e a cortiça
Informante(s) Aramis

Text: -

[1]
INF Prancha.
[2]
INF Uma prancha.
[3]
INF Em pilha.
[4]
INF Punham em pé.
[5]
Era carregada Era carregada com tra- com carros de antigamente,
[6]
e hoje como é e agora já é com tractores,
[7]
e depois andam lá uns homens a empilhar,
[8]
fazem uma pilha, que é para depois ser pesada – que hoje já não é pesada; hoje já vendem tudo é a o- é assim a olho…
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INF A um tanto…
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É até ao metro quadrado!
[11]
[vocalização] Eles sabem, mais ou menos, que um metro quadrado de pilha tan- tem tantos arrobas de cortiça.
[12]
E então fazem aquilo já assim.
[13]
Tanto, lá há as suas Lá há as suas coisas entre eles porque porque quem compra acha que que tem menos arrobas de cortiça e quem vende acha também que tem mais qualquer coisa.
[14]
Há sempre aquelas [vocalização] coisas.
[15]
INF E antigamente não era assim.
[16]
Antigamente chegava-se ali,
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lançava-se o peso da cortiça,
[18]
iam para lá uns homens – uma porção de homens – pesar com três ou quatro balanças,
[19]
pesava-se a cortiça toda
[20]
e o que ela dava é que eles vendiam.
[21]
Hoje já não é…
[22]
Hoje já não há esta coisa de peso.
[23]
INF Faziam, sim senhora.
[24]
Que eram carregados em fardos para as fábricas.
[25]
Que hoje também já não se carrega.
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Hoje já também já é tudo em camionetes.
[27]
[vocalização] Pxt! Ala!
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Directamente.
[29]
E dantes havia uns era uns fardos, que vinham dentro duns uns carros de parelhas – que havia aqui na nossa região –, carregados para Vendas Novas para a estação de caminho-de-ferro
[30]
e dali saíam para as para as estações, para a, para as para as fábricas.
[31]
INF Era tudo coisas que…
[32]
[vocalização] O antigo!
[33]
INF E era assim que se governava a gente.
[34]
E era assim que se a gente vivia!

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