R&D Unit funded by

Sentence view

Ponta Garça, excerto 4

LocationPonta Garça (Vila Franca do Campo, Ponta Delgada)
SubjectA criação de gado
Informant(s) Amílcar Aristóbulo Amós
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)João Saramago Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF1 É [vocalização] um lavrador ou um [vocalização] .
[2]
INF2 É o cabreiro
[3]
INF1 Aqui, um pastor até é um cabreiro.
[4]
É o de de ovelhas ou de cabras.
[5]
INF3 Nunca foi hábito aqui chamar pastor.
[6]
INF1 É
[7]
O pastor é [vocalização]
[8]
INF1 É das ove- [pausa] O lavrador é de vacas [pausa] aqui, aqui.
[9]
INF3 De vacas.
[10]
INF1 De ovelhas é que é o pastor.
[11]
INF1 É um pastor.
[12]
INF1 E de cabras também é um pastor.
[13]
INF1 Cabreiro também.
[14]
Chamavam-lhe cabreiro
[15]
mas é daquele gado miúdo é pastor.
[16]
INF3 É cabreiro.
[17]
INF1 Não senhora.
[18]
Não senhora.
[19]
Ovelhas à parte e [vocalização] cabras à parte.
[20]
INF1 [vocalização] Quem tinha rapazinhos levava;
[21]
quem tinha filhos seus levava, não é?
[22]
INF1 Quem não Se não tinha, ele amanhavam-se sozinhos, não é?
[23]
INF1 Ele no tempo, ora
[24]
INF1 No tempo, o que é que tinha?
[25]
Era dez, doze vaquinhas
[26]
e era se tive-
[27]
INF3 E era o máximo.
[28]
INF1 E era o máximo.
[29]
INF2 E mais.
[30]
INF1 Dez, doze.
[31]
Ora se o meu pai
[32]
O meu pai sempre foi lavrador
[33]
e os meus irmãos foram todos lavradores,
[34]
e eu nunca conheci-lhe mais que dez, doze ove- vacas.
[35]
E depois é que ele à maneira que a gente se foram casando é que foram se montando
[36]
INF1 E hoje está mais.
[37]
INF1 Então, um lavrador, aquilo dava-lhe para sustentar aquela casa de dez filhos.
[38]
INF1 Ah!
[39]
Da terra?
[40]
Não dava.
[41]
INF2 Andava o pastor
[42]
INF1 Um .
[43]
Um .
[44]
INF1 Desculpe, não senhora.
[45]
Porque não havia leite a tirar duas vezes ao dia;
[46]
era uma vez ao dia
[47]
INF2 E era muito.
[48]
INF1 Ele o gado não era tratado como é hoje em dia.
[49]
ia para o pasto,
[50]
ficava, se o tempo estava bom.
[51]
Se não estava bom, vinha para os currales de Inverno.
[52]
INF2 Ali.
[53]
INF1 Eram Era uma boiada de Inverno,
[54]
vinha tudo para os currales.
[55]
Não Não ficava fora.
[56]
INF1 Eram Eram aqui mesmo abaixo dessa casa.
[57]
Era o curral do meu pai.
[58]
Era ao ar livre.
[59]
Era tapado com combros de cana em toda a volta, e a gente amarravam-nas pela cabeça, ali, e com uma manjedoura,
[60]
e deitavam as comidas que faziam.
[61]
Comidas, às vezes, [vocalização] inferiores a essas de hoje, porque eram, às vezes, comidas meias podres que se aproveitava porque não havia Provimi essas rações.
[62]
Não havia nada disso.
[63]
INF1 em volta mesmo.
[64]
INF3 Às vezes, às vezes tinham
[65]
INF2 Havia alguns que tinham.
[66]
INF1 Alguns tinham a arribana; mas muito poucos.
[67]
INF3 Era poucos.
[68]
INF1 Muito poucos.
[69]
E dizem
[70]
INF1 Cada pessoa!
[71]
E usavam mais até um curral era para os bois de trabalho.
[72]
Para as vacas, não.
[73]
INF1 Servia sim senhor.
[74]
Tratavam o gado
[75]
INF2 Ele era, era.
[76]
INF3 Não.
[77]
É um piso !
[78]
INF1 É,
[79]
é.
[80]
Ele é:
[81]
o animal está aqui,
[82]
faziam um abrigo aqui por cima.
[83]
E [vocalização] é um piso.
[84]
Aqui nunca houve
[85]
INF1 Ele até ia ali coiso era rente a uma barreira, rente a um um combro de canas.
[86]
faziam o seu amanho pa- para o gado estar ali bem.
[87]
INF1 Sim, sim.
[88]
E muitos era ao ar livre.
[89]
INF2 O tecto era de palha.
[90]
INF1 Eh, não havia [vocalização]
[91]
Não, não era de palha;
[92]
era uma coisa para amanhar .
[93]
INF1 Com o gado.
[94]
INF1 É tudo.
[95]
É os animais todos.
[96]
Aquilo é tudo gado.
[97]
INF3 São as vacas.
[98]
INF1 As vacas, as cabras, ovelhas, isso é tudo gado, não é?
[99]
INF1 Tudo gado.
[100]
A gente trata isso tudo gado, não é?

Edit as listText viewSentence view