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Ponta Garça, excerto 21

LocalidadePonta Garça (Vila Franca do Campo, Ponta Delgada)
AssuntoO porco e a matança
Informante(s) Amós Ananias

Text: -


[1]
INF1 Debulho?
[2]
É quando se mata o porco.
[3]
Fazem debulho.
[4]
INF É [vocalização] o sangue
[5]
Quando matam o porco, as mulheres tiram ali [vocalização] uma tigela de sangue à parte
[6]
e o outro sangue vai para fazer as morcelas.
[7]
Fica aquele san- aquela tigela ou aquilo a quantidade que as mulheres querem, que precisem para o debulho.
[8]
E fazem uma mistura [pausa] com salsa e [vocalização] e cebola e [vocalização]
[9]
As mulheres é que sabem fazer esse tempero, não é?
[10]
INF2 E leva sal muito basto.
[11]
INF1 E fazem o debulho então que é é para comer no
[12]
A gente matam o porco assim hoje
[13]
e amanhã da manhã é que vão almoçar esse debulho!
[14]
Ele é no outro dia é que almoçam dessa comida: o debulho e o peito.
[15]
Ele é juntamente com o peito.
[16]
INF1 Havia, sim senhor, sarapatel!
[17]
Era o resto que crescia das morcelas.
[18]
[vocalização] As mulheres não queriam fazer mais morcelas
[19]
e deixavam ali um bocado para fazer sarapatel.
[20]
INF1 [vocalização] Também era misturado com graxas e [vocalização] coisas do porco.
[21]
INF1 Era conservado também com mant- com banha,
[22]
INF1 para tapar, para não se perder.
[23]
Porque ele era tudo tapado com banha!
[24]
Mesmo o chouriço, hoje em dia, é tapado num boião com banha, para ele para ele não se perder.
[25]
Com banha de porco!

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