Representação em frases
Arcos de Valdevez, excerto 15
Texto: -
INF Aqui é o lugar do Barreiro.
É estas casas aqui, aquelas acolá…
INF É tudo aos Arcos, tudo aos Arcos.
Até meio da Ponte da Barca [pausa] – meio da Ponte da Barca – é os Arcos.
INF Proba, Campo de Lima, a zona agora a zona industrial que está acolá…
Está acolá a BIC – não é? –, que também fazia tudo, tudo os Arcos.
INF Estamos casados há cinquenta e um ano…
e eu nasci, eu eu então nasci no outro lado do rio, em [nomepróprio].
INF [vocalização] E eu, eu tinha a minha avozinha na banda daqui – os meus avozinhos;
E eu, não era por desfazer, mas diz que eu era muito linda em pequenina!
Eu agora já [vocalização]…
Já tenho levado muitos contratempos para criar sete filhos…
INF Graça a Deus, por muitos anos.
E então [vocalização], passava aqui no barco.
E ele via eu que passava eu passar por lá, pronto!
Fiz então anos na Senhora do Vale! – que eu não sei se ouviu falar.
INF [vocalização] Na Na Senhora do Vale que é para o lado de São Jorge para – quem vai para bandas de acolá.
[vocalização] Ele, ele tinha Ele tinha dezasseis anos
Pronto, começámos a andar novinhos!
Falámos oito anos e meio!
Muito respeito um para o outro.
Respeitou-me como [vocalização] se fosse irmã dele e [vocalização] .
E ia [pausa] Os meus pais iam para Viana,
eu ficava em casa com os meus irmãos porque era a mais velha…
[pausa] e eu era a mais velha deles todos – não é? –
e é que trabalhava no campo,
Tinha vaquinhas para lhe tirar o leite,
E pronto, ele ia para nossa casa, pronto!
Queria casar antes de ir para a tropa;
eu não, que devia ser muito canalha.
Deu a tropa, dezoito meses, na Póvoa do Varzim.
Depois a minha mãe, não sei se estava chateada, disse: "Ó rapaz! Tu, a mi- a minha filha para ti já não é"!
Só Deus do céu é que nos há-de desapartar um do outro"!
A minha mãe emprestou-nos cem mil réis naquele tempo.
Viu-lhe a nota de cem mil réis,
já queria [pausa] cem mil réis por casar.
[vocalização] Diz ele logo: "Não.
O senhor abade casou fulano c- o primo com primo.
E [vocalização] E eu que não sou nada, quer-me cem mil réis
Esse rapaz até morreu agora na França.
E então ele pegou e [vocalização] pronto.
viemos para aqui para à dos meus sogros.
Estive aqui sete anos com os meus sogros, Deus lhe perdoe.
Depois fomos para o moinho –
que acolá em baixo há outro moinho.
Abaixo deste, há outro moinho, e outro lá em baixo.
E nós depois fomos para lá…
[pausa] Mas depois então é que quando as crianças começaram a crescer, viemos para aqui outra vez.
Lá não tínhamos [vocalização] assim a conveniência – a casa era só uma e não tínhamos.
e depois os falecidos faleceram…
Agora os meus filhos, um tem uma casa aqui adiante [pausa] – tem aqui uma casa –,
a rapariga tem lá adiante outra,
e outra está em, em Lavra- em Ponte da Barca casada…
E o meu [vocalização], meu fi-, o meu mari- os meus filhos queriam comprar isto.
É recordação do pai – não é?
E o pai nunca saiu daqui para lado nenhum.
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