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Arcos de Valdevez, excerto 16

LocationArcos de Valdevez (Arcos de Valdevez, Viana do Castelo)
SubjectO linho, a lã e o tear
Informant(s) Arlete
SurveyALEPG
Survey year1996
Interviewer(s)Manuela Barros Ferreira João Saramago
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationCatarina Magro
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF O linho vinha do campo, não é?
[2]
E depois ele fazia aquilo,
[3]
era coiso,
[4]
esp- era espadado.
[5]
INF Era eu e o meu marido;
[6]
fiz isso muitos anos.
[7]
Fiz.
[8]
INF ?
[9]
Não,
[10]
agora aqui não existe nada disso.
[11]
INF Não,
[12]
ele parece-me a mim que não existe.
[13]
É como os moinhos:
[14]
havia aqui na Ponte de na Ponte Velha,
[15]
havia ali a Fábrica da Andorinha chamavam Fábrica que era dos Andorinha ;
[16]
aqui, aqui era outro;
[17]
acolá em baixo era outro;
[18]
ali em Santar havia mais.
[19]
Até quase que a juntar-se ao rio da Barca.
[20]
E agora não trabalha ele nenhuns.
[21]
E ali, e o, e o E havia o do Espírito Santo, que é acolá na Valeta.
[22]
INF Acolá na É acolá quem vai de
[23]
Quem vem na estrada a fazer a curva na, na ponte na ponte, no pontilhão! , também havia abaixo um [vocalização] moinho.
[24]
Esse estava em cima
[25]
Ainda está a roda.
[26]
Havia;
[27]
agora não existe.
[28]
INF Não, não, não.
[29]
Para tirar do rio era esta.
[30]
INF esta.
[31]
Esta aqui é que tirava.
[32]
Até ainda está ali o [vocalização]
[33]
Ainda está ali a coisa a [vocalização], o [vocalização] de pôr o eixo.
[34]
INF E aqui era o ribeiro.
[35]
Até lavava aqui, olhe, de .
[36]
Tinha aqui Tem aqui as pedras, oh!
[37]
INF Ia o reguinho por ali fora que era para regar este campo todo.
[38]
Regava todo.
[39]
Agora [vocalização] o senhor d- [vocalização] daqui, o caseiro, morreu [pausa] que morava naquela casa ali, naquela velhota.
[40]
E depois era esse E depois a mulher foi para a casinha dela, não é?
[41]
Não tinha água para regar o campo, pronto, não
[42]
saiu!
[43]
Agora está isto tudo velho.
[44]
Ninguém quer do, ninguém Ninguém trabalha de terras agora.
[45]
Porque o milho está barato.
[46]
Onde um É o que está mais barato e coiso;
[47]
é o que é o que mais trabalho
[48]
e é a coisa que está mais barata.
[49]
E a batata e o feijão,
[50]
é tudo, não é?
[51]
E agora menos trabalho nos campos.
[52]
INF Porque eu fui criada nisso,
[53]
eu sei.

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