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Melides, excerto 7

LocalidadeMelides (Grândola, Setúbal)
AssuntoNão aplicável
Informante(s) Galeno

Text: -

[1]
INF Isto, [pausa] a gente, [pausa] a gente vai lidando com as coisas e vai aprendendo, vai tomando instrução, não é?
[2]
INF Pois, eu cá, assim uma série de coisas, pois eu não as conhecia, não é?
[3]
Agora desde que lido aí com uma classe de pessoas que fizeram a vida disto, logo de miúdos, que vão aparecendo com isto e vão aparecendo com aquilo…
[4]
INF "Senhor Galeno, então já fez isto"?
[5]
"Ainda não fiz"!
[6]
Uma vez é à primeira.
[7]
INF Que eu sou pessoa que não me importa.
[8]
INF Eu vou fazer aquilo que calha.
[9]
– Põe aquela bicicleta à sombra! –
[10]
[vocalização] Há pessoas que dizem assim: "Eu, ir fazer isto!
[11]
[vocalização] Agora cá!
[12]
Isso é que eu não vou fazer"!
[13]
Eu, não senhor.
[14]
INF Vou experimentar.
[15]
INF Uma vez é à primeira.
[16]
As pessoas não,
[17]
[pausa] quase que recusam-se fazer qualquer coisa.
[18]
INF Mas eu cá, então lá por isso, não.
[19]
INF E depois sabe,
[20]
eu é que não dou à conta.
[21]
Vocês sabem,
[22]
eu sou um empregado, não é?
[23]
INF Eu sou um empregado.
[24]
Faço nove horas de serviço.
[25]
Venho de lá
[26]
tenho as minhas hortas para tratar;
[27]
os fins-de-semana tenho as minhas hortas para tratar.
[28]
INF Mas então as pessoas têm precisão: "Ó senhor Galeno, preciso de limpar umas laranjeiras;
[29]
preciso de cavar uma terra;
[30]
preciso de de mudar umas flores duns vasos para os outros.
[31]
Venha cá, homem"!
[32]
"Eu não lhe posso ir lá hoje"!
[33]
"Ah, então vá tal dia".
[34]
Põem-me à vontade.
[35]
E depois eu [pausa] trabalho sempre, não é?

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