Representação em frases
Melides, excerto 9
Texto: -
INF1 Quando eu vim para aqui, estas árvores estava quase tudo morto.
Diziam-me as pessoas assim: "Ó senhor Galeno, então, [pausa] pode essas árvores"!
Eu dizia: "Não senhor. Não se mexe nas árvores.
Feridas demais já elas têm.
E então deixa-se sarar as feridas primeiro
e depois é que se limpa".
INF1 Porque nós se cortarmos um dedo todos os anos, todos os anos, é um caso sério, não é?
diz-se: "É árvore, não se dói"!
INF1 Deixa-se primeiro folgar um ano ou dois
e depois é que se trata delas, não é?
Porque eu fui lá para um pomar que estava morto.
Quando de lá saí, [vocalização] o pomar era pequeno,
mas já nessa altura já valia trinta e tal contos, a laranja.
E quando eu fui para lá, a laranja valia um conto e quarenta e dois e quinhentos.
Está a ver, aqui na praça…
INF2 Nem tinha sequer uma folha verde.
Eram só aqueles troços secos.
INF1 É que não tinha uma folha verde.
INF2 Quando a gente de lá abalou era um mimo de quinta!
INF1 E o dono disse-me assim então quando eu fui para lá: "O senhor depois dê uma limpezazinha a essas árvores".
Se o senhor quer que eu que eu dê cabo delas, que as acabe de matar, é ir limpá-las agora nesta altura.
Deixe-as lá tomar força primeiro que depois a árvore tem a força e sara a ferida de repente".
[vocalização] a gente quando somos novos, damos um golpe, com [vocalização], afinal, qualquer coisa assim aqui.
A gente cura sempre mais depressa que quando temos já uma certa idade.
INF1 Porque não fica estas cicatrizes assim.
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