Representação em frases
Melides, excerto 20
Texto: -
INF E depois veio para aqui com isto à conta desses homens.
Tomou casa por conta dele.
Ele depois teve que ir à pergunta doutro.
tomou casa por conta dele também.
INF Tinha que ir à pergunta doutro.
Risos E lá esteve uma porrada de anos até até que o meu irmão então aprender.
Então depois este é que já lhe ficou cá.
E depois eu mocito também, e coiso, já fiquei aqui com isto que o Imelda tomou tomou casa por conta dele
e eu fiquei aqui no lugar dele.
INF Mas não foi porque ele porque ele me ensinasse.
Se quis aprender, teve que ser à minha à minha custa.
INF Não, o meu pai não sabe.
INF Não, a minha mãe não sabia.
INF E ele não me quis ensinar.
Ainda lhe ofereci quinhentos mil réis por mês, naquele tempo,
aqui há há trinta e tal anos.
E ele não me [pausa] não quis.
[pausa] E depois quando eu comecei à assim a fazer [vocalização] qualquer coisa, bateu a alheta
Montou uma casa por conta dele,
deixou tudo para trás sem nenhum.
Mas eu já já rabiava qualquer coisa.
Quando ele soube, já [pausa] ele, eu levava as noites…
[pausa] Eu vinha-me embora…
Acabava o trabalho e ala!
ia para a roda para me entreter.
INF Pois, como tinha muita cegueira, [pausa] aquilo sempre fazia mais vontade.
INF Tanto que dizia ele e ou- e outros meus colegas que aí estavam, diziam: "Ele?
tem umas mãos muito grandes e uns braços muito grossos"!
Todos fazendo mangação de mim.
Vamos lá a ver se aprendo ou não aprendi!
Eu, às vezes, ia para o pé deles [pausa] a ver eles trabalharem;
também a s- ia sentar-me lá ao pé, ou para olhar ou para estar ali um bocado ao pé deles.
"Ah, tenho que ir fazer isto!
Tenho que ir fazer aquilo"!,
que era para mim não ver.
Risos Já viu essas que estão aí?
[pausa] E eu depois vinha de lá,
E muito tempo não tinha vagar;
um servente não dava a conta a escolher o barro para ele e tirar a louça para [verbo] isso.
[pausa] Fazia já de tudo menos fazer a louça.
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