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Melides, excerto 25
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INF1 Uma cantiga aqui já [vocalização] há muito ano,
mas, salvo erro, talvez aí uns [pausa] vinte anos.
mais ou menos vinte anos.
É uma rapariga que chegou-se a idade e não tinha namorado,
INF1 E então pensou namorar um rapaz.
Houve um rapaz que a perguntou
e ela [vocalização], pois, não desgostava do rapaz.
Mas lembrou-se: "Eu tenho de perguntar à minha mãe.
Deixa ver o que é que minha mãe diz".
e a mãe disse-lhe: "Olha, eu digo ao teu pai a ver".
diz o pai: "Esse rapaz não convém, que isso é muito ruim,
é [vocalização] um tipo que não convém cá para a nossa família"!
É claro, [pausa] o pai disse à mãe,
há um outro rapaz que procura a mesma rapariga.
Diz ela: "Bom, talvez que o meu pai já goste deste"!
E perguntou à mãe: "Minha mãe, [vocalização] afinal agora fulano quer-me namorar.
Já será um rapaz que sirva"?
"Eu logo digo ao teu pai".
e o pai disse: "Também não convém esse rapaz"!
[vocalização] Também não convinha,
diz a rapariga: "Eh diabo!
Então, mas então, o m- o meu pai não gosta de rapaz nenhum!
Eu tenho que perguntar ao meu pai mesmo qual é o rapaz que ele quer para mim".
E então a rapariga um dia chegou ao pé do pai,
diz ela assim: "Ó meu pai, eu quero casar
e o meu marido onde está?
Eu quero ir à sua vontade,
O pai não fique dizendo que eu que desobedeço.
eu bem conheço que o pai que me está mantendo.
Mas se eu agora pretendo, eu tenho que me governar.
Não se eu deve de admirar que eu para tudo estou mulher,
mas com um moço qualquer, ó meu pai, eu quero casar.
Se acaso não lhe convém um qualquer trabalhador,
acarear um lavrador é que acho que não está bem.
e vá, e que se a vida não for má, alguma coisa se acareia,
e pergunto-lhe a vossemecê: o meu marido onde está?
Disse-me que era bonito eu viver sempre solteira,
ganhei uma nova cegueira,
mas tenho a infelicidade.
Por isso pergunto-o a si porque quero ir à sua vontade.
E na flor da minha idade, com a mesma ideia estou.
E já houve um que me perguntou
e se eu quisesse era para já.
Mas isto não tardará, que eu não me posso é perder.
E estou à espera do pai dizer.
INF2 Essa está Essa é muito boa!
INF1 Pois, é claro. A rapariga não…
INF1 O pai Mas o pai depois disse-lhe.
O pai depois deu-lhe a resposta.
INF3 Se não desligarem, pois…
INF1 O pai depois disse à rapariga a resposta.
Disse-lhe o r- o pai então para a rapariga: "Ó filha, eu estou pensando.
É o que te posso responder.
Espera aí mais uns dois anos que depois já pode ser.
Então estás aborrecida do mando de mãe e pai?
Se quiseres ir embora vai,
mas tornas-te arrependida.
Tomas outra nova vida quando um ano se passando;
e muitas das vezes chorando.
Há três dias para cá, ó filha, eu estou pensando.
Ó filha, diz-me a verdade,
o que é que te aconteceu?
Foi rapaz que te apareceu muito à tua vontade?
Deixares-te da mocidade, grande coisa tem que ser!
Eu não te posso valer que a tua sina é assim
e que me dás esse desgosto a mim, é o que te eu posso responder.
Se tu te manteres solteira e que me faças as vontades, nunca tens dificuldades,
é tudo o que a filha queira!
Há por aí muitos fulanos que te querem desgraçar
e espera aí mais uns dois anos".
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