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Melides, excerto 41
Text: -
INF1 Como é que era ele trabalhar no arroz?
Olhe, a primeira [vocalização] a primeira coisa, quando cala- quando cavavam lama, não davam cabo dos muros.
Quer dizer que cavavam com as enxadas,
não davam cabo dos muros.
E [vocalização] E agora dão dão cabo dos muros, quando é para lá ceifar o arroz, por causa das máquinas dão cabo dos muros.
INF1 An- Antigamente cavavam a terra
e estavam os canteirinhos feitos
e não davam cabo de nada.
Quer dizer, não davam cabo de nada.
brigavam para deixar tudo certinho, ali a leiva tudo dentro dos canteiros.
E depois de ela estar cavadinha, metiam-lhe a água.
Íamos picar aqueles tornitos da da leiva, que os homens cavaram.
E depois de estar tudo picadinho, íamos a rebaixar.
Se acaso eles queriam semear o arroz, punham o arroz de molho logo uns dias antes, nos sacos,
e depois semeavam o arroz.
E se acaso eles não queriam semear, ou estavam os viveirinhos do arroz semeados, gran- já grandinho, e a gente ia,
apanhávamos o arroz, [pausa] os molhinhos, e lavávamos muito bem lavadinhos.
E daí atávamos os molhinhos,
íamos pondo tudo atrás da gente.
E depois [vocalização] mondávamos as terras
Lá plantávamos o arrozinho tudo, tudo.
[vocalização] Plantávamos, pois, tudo a dedo,
E [vocalização] E depois disso, que- quer dizer, depois de o arroz estar lá plantado, [vocalização] quando ele tivesse erva, mondávamos-o.
E E se ele tivesse preciso de mais mondas, pois íamos sempre mondando, conforme ele precisasse da monda.
Depois quando ele já não já não…
Eles depois prantavam a água ao arrozinho,
e quando ele já não precisasse de mais mondas, deixava-se,
[vocalização] E quando ele estivesse capaz de ceifar, ia-se ceifar.
carregávamos-o para fora, para os tractores
e dos tractores eram carregad- eram carregados para a eira.
Que- Quer dizer, p- pois tractores,
nesse tempo, ele havia já tractores também.
Mas carregava-se-o aí às vezes também n- nos carros de bestas e em coisas.
Carregava-se para as eiras.
e depois era debulhado com os cavalos, com as bestas.
Era debulhado com as bestas.
E era limpo a braço de pessoas, como era o trigo e essas outras coisas.
Foi É o que eu conheço daquilo.
E agora, hoje, o moderno já é mais doutra maneira.
INF2 Quer dizer que a, [pausa] a a plantação também [vocalização] também já foi já um bocadinho já mais moderna.
INF2 Logo primeiro era só semeado.
M- Mondava-se a terra primeiro, a terra do arroz, e alguma que tivesse ele que tivesse ervas,
mondava-se primeiro e semeava-se.
E depois eram os trabalhos como como a minha senhora esteve a dizer.
INF1 E agora já é semeado outra vez.
Agora já não há monda outra vez.
INF2 Era mondado as vezes que fossem precisas.
INF1 Agora Agora já é outra vez semeado.
[pausa] Agora é a terra arranjada da mesma maneira, o mesmo.
O que é que vai lá as máquinas,
Os que foram escangalhados têm que ser arranjados.
E é tudo mondadinho à mesma,
e a terra certinha, com as máquinas,
as pessoas ajuntam aqueles coisinhos mais altos para ficar tudo direito,
[pausa] Fica ali semeadinho.
apanham algumas coisinhas rente,
E pronto, está o trabalho do arroz arrumado.
[pausa] Aquilo, pois, não tem mais…
Eles vão lá pôr água quando é preciso [pausa] e tirar.
E [vocalização] E é o que eles fazem nos arrozes agora.
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