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Melides, excerto 42
Text: -
INF O arroz era debulhado de noite.
Chegávamos, às vezes Ainda trabalhei nisso também uns dois ou três Verões, nessa coisa de do arroz [vocalização] e na debulha também do arroz.
Se acaso até ao meio-dia, às vezes, fizesse bom vento, pois no outro dia, de noite, perdíamos a noite quase toda a a debulhar, que levava a noite quase toda.
Às vezes já era quase de manhã,
e se viesse logo vento até ao meio-dia, até ao meio-dia começávamos logo [vocalização] a trabalhar lá na, no, pois, na eira, a limpar o arroz.
Se acaso se acabava de debulhar, ele ainda se ia fazer a tarde lá no no alagamento depois.
Era Era de dia e de noite.
INF Era só ali um poucachinho que não, que que se descansava já ali quase de manhã.
INF Calhava muitas vezes.
Os patrões, às vezes, estavam com pressa daqui-, da do arroz tirado,
calhava a a estar o tempo bom
e eles estavam com pressa, debulhar, às vezes, dois e três calcadores seguidos,
às vezes, a pessoa não dormir quase nada – de dia e de noite.
Eles nessa altura, então, davam aguardente para para a gente beber.
E às vezes umas batatas-doces para a gente assar.
Outras vezes E outras vezes, alguns – eu cá não, que eu fui sempre fui sempre muito contrário àquilo –, alguns que que tinham menos vergonha, às vezes, sabiam onde havia batatais doces,
iam roubar batatas-doces para a gente assar, para [vocalização] paródia.
Então a gente depois lá assávamos
e ir tocar o gado, e cantar, e dar voltas ao arroz, e aquela coisa.
Ah, fazíamos aquilo em ar de paródia
mas aquilo era uma maçada que era [pausa] que era disparate.
Não Não fui grande coisa para cantar.
[vocalização] Quer dizer que aprendia as coisas
mas não tinha fala assim bem para cantar.
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