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Monsanto, excerto 24
Text: -
Vá, Monsanto, [vocalização] Relva.
INF2 Relva e Monsanto é tudo o mesmo.
INF2 Tudo, tudo a mesma coisa…
INF1 Bom, é tudo Monsanto, vá.
Mas [vocalização] estou na Relva.
INF1 Sempre, toda a vida.
, [pausa] e cá hei-de morrer, com certeza.
INF2 Mora aqui ao pé de nós.
Mesmo a casa dele está virada à nossa.
INF1 Nunca fiz mais nada nenhuma.
INF2 Não faz mais nada noutro serviço senão neste.
INF1 A idade já chega para, para o tr- para o serviço.
INF1 Com setenta anos nesta vida!
A trabalhar de dia e de noite!
Tive semanas Fins-de-semana sem me deitar…
[vocalização] Dia e noite sempre a trabalhar.
INF1 Tive muito, muito aprendiz,
Foram a [vocalização] passear para Lisboa e para a polícia, guarda-fiscal, guarda-republicana [pausa] e para os bombeiros.
, [pausa] Porca não é [vocalização]…
INF1 É pior quase o moleiro do que é o ferreiro.
INF1 É que ele ainda amassa a farinha
e nós aqui [vocalização] ainda sacode-se
INF1 A minha mulher também é de cá.
O meu pai era de Medelim.
O filho não não quis cá ficar.
INF2 Oh, quem se cá pode safar daqui…
INF1 Está lá para Lisboa.
INF2 Este trabalho do campo custa muito a fazer.
No outro ano vieram para cá [pausa] vieram para cá duas meninas também a aprender o trabalho do campo.
Ele sabe fazer qualquer coisa
mas [vocalização] [pausa] não quis isto.
Está no Instituto de Ecologia [pausa] empregado.
INF2 Vieram lá à nossa fazenda connosco.
E diziam: "Ai! Eu gosto muito disto,
mas mas anda-se cá muito mal".
INF1 É segundo-chefe lá na secretaria.
Ele não há cá ninguém quase que trabalhe.
[pausa] Fica logo fechado.
INF1 Quem é que há-de trabalhar?
INF2 Ninguém aprende a arte.
INF1 Este povo é muito grande [pausa] este povo.
Quer dizer, o maior que por aí temos…
INF2 Os arredores, tudo aqui vem a arranjar as coisas .
INF1 Se a senhora desse rai- volta a isto, isto é muito grande!
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