Representação em frases
Moita do Martinho, excerto 1
Texto: -
INF1 Para Até ter o vinho?
[vocalização] Primeiro é, já sabe, é amanhar a vinha, pôr-lhe…
INF1 Ah, não tinha nada?!
E depois queria passar a vinha, não era?
Tem que Tem que ser [vocalização]:
o terreno tem que ser cavado bastante fundo, que a vinha nã- convém ficar com o terreno cavado bastante fundo.
dantes era dantes era era a braços.
Era umas brigadas de homens que serviam.
outros iam até emprestados, trocados – não é? – cavar o terreno já destinado para a vinha, já mais fundo do que sendo para amanhar outros outras coisas da agrícola.
O milho ou a batata já não precisava de ser tão fundo.
Mas para a vinha é preciso sempre mais fundo.
INF1 E depois plantava-se o bacelo.
Depois ao fim de um ano de o bacelo estar plantado, enxertava-se o bacelo.
Punha-se-lhe o garfo – chamam-lhe eles o garfo, exactamente –
e depois então desse garfo é que é que se formava a [vocalização] dita parreira, a dita cepa, [pausa] que dá as uvas então.
Depois a partir daí tem que se curar,
tem que se andar a tratar, para aí todas as semanas,
uma vez ao menos, tem de se andar a tratar para não lhe dar o míldio – chamam eles o míldio – que é a moléstia na da vinha.
E até, ainda apa- de vez em quando, ainda aparece.
Isso estraga muito [vocalização] as uvas.
Isso dava um trabalhão assim!
INF1 Mas nos outros tempos a calda era feita manualmente;
chamavam-lhe o [vocalização] sulfato de cobre.
Depois temperado com a com a calda, [vocalização] ou com cal mesmo, com cal virgem,
que não se podia realmente, nem nem dar uma percentagem maior que, que o que o devido [pausa] de cal, nem também ficar p-, só só o sulfato.
Tinha-se que pôr aquilo lá dentro com uma certa medida.
E depois era era temperado com um papelinho, um papelinho pequenino, que era branco,
e depois de se acravar, ia-se acravando na na calda até começar a mudar de cor.
INF1 Depois de estar a mudar…
INF1 E [vocalização] E depois é que se via que estava já boa para isso.
INF2 Aqui faz faz muito frio também nesta casa.
INF1 E depois tratavam-se assim as vinhas até chegar à altura da vindima.
Na altura da vindima, vindimam-se as uvas.
Depois, e- [vocalização] ago- ainda agora mesmo – é o caso ainda aqui nas nossas aldeias –, ainda é pisada a pés, as uvas, dentro duma dorna ou dum lagar.
mas noutros tempos era mesmo dentro da dorna [pausa] – dentro dum dum lagar, do lagar de de vinhos.
E depois dali então é que era é que era transportado para as para as vasilhas,
e lá e lá fervia o mostro.
E depois então é que passado uns uns dois meses ou quê, está o vinho feito – está o dito vinho.
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