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Moita do Martinho, excerto 9

LocationMoita do Martinho (Batalha, Leiria)
SubjectA criação de gado
Informant(s) Cassiano
SurveyALEPG
Survey year1994
Interviewer(s)João Saramago Gabriela Vitorino
TranscriptionSandra Pereira
RevisionAna Maria Martins
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMélanie Pereira
LemmatizationDiana Reis

Text: -


[1]
INF É lambê-lo.
[2]
Fa- [vocalização] É zelá-lo com a com a língua.
[3]
Era sempre a lamber nele.
[4]
E não eram E não se podia chegar muito perto de alguns,
[5]
que nós tivemos ,
[6]
que eles com aquela soberba
[7]
Eu cheguei a apanhar alguns algumas coisas perigosas com isso.
[8]
Não conhecia.
[9]
Se tinha a vaca por muito mansa até àquela altura, facilitava nela,
[10]
chegava ,
[11]
ele uma vez aconteceu que [pausa] se não me acodem, ela bem [vocalização] bem dava conta de mim, não é?
[12]
INF Pois,
[13]
à cornada, com aquele, com aquele sôfrega, não é?
[14]
INF Com aquela soberba de ter a cria ao , isso abria a boca
[15]
e berrava,
[16]
e corria a gente co- com a cornada, como o toiro, esse, por exemplo, que anda na nas praças de tourear.
[17]
INF E depois passado dois ou três dias, não é nada com elas,
[18]
não é nada disso.
[19]
vol- A vaca volta ao seu outra vez ao [pausa] ao normal, não é?
[20]
INF se prendia e soltava-se.
[21]
Mas às vezes para um homem a prender!
[22]
Porque a gente depois de ela estar umas horas com o vitelo, tornava-se a prender, não é?
[23]
INF E para a levar à prisão é que era o problema.
[24]
INF E isso calhava-me tudo a mim,
[25]
porque os meus irmãos nunca ligaram a isso.

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