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Moita do Martinho, excerto 22
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INF O meu moinho tinha três casais de mós.
, [pausa] Três casais de Tinha duas de trigo, uma de trigo de alveira – e fazia fa- só moía trigo –
e tinha duas de milho, a fazer a fazer farinha de milho.
E tinha então – pronto, era tocado a vento –, tinha o [vocalização] o eixo,
tinha as velas – tinha quatro velas [pausa] de pano –
chamávamos-lhe a gente então…
Era um lu- um prumo por aí acima,
chamávamos a gente a árvore naquele tempo, a árvore tocada.
INF O cartão era uma entrosa,
era o que tocava as pedras todas.
INF O moinho tinha assim um, um um eixo
e depois esse esse eixo ti-
e essa entrosa pegava no cartão
e o cartão era numa árvore uma –
chamávamos a gente uma árvore
mas e-, era o era uma uma viga de madeira até abaixo –
e tinha e tinha uma entrosa então que pegava nos dentes todos –
bom, com uma roda, faz de conta que quase a roda duma bicicleta ou duma coisa –,
E as mós estavam em cima, todas num andar,
e isso vinha cá pa- furava cá para baixo
e cá em baixo então é que andava a tocar a…
e as mós lá em cima faziam farinha.
INF Era o ca-, era o Era o capelo.
INF Tinha um buraco onde entrava o eixo
[pausa] e as velas andavam na parte de fora.
Era onde tinha tinha uns braços de madeira, ou uns coisos,
INF uns coisos de madeira, [vocalização] uns eucaliptos, uns eucaliptos espetados.
Por exemplos, isto faz de conta que era o eixo
Tinha tinha umas, umas, umas umas mechas espetadas no eixo,
porque o eixo era muito grosso,
e depois nesse nesses braços que estavam espetados no eixo, tínhamos então as velas de pano pregadas nos braços do …
e iam atados os outros braços.
INF oito braços de eucalipto, [pausa] todos [pausa] espetados nesse tal eixo grande.
Só quatro é que tinham as velas
e depois as velas atavam-se aos outros quatro com a com as cordas,
INF que era para para fazer a vela, pa- para o vento pegar na vela, para o moinho andar.
Depois as velas tocavam então o [vocalização] tocavam então o [vocalização] o moinho, por exemplos, com o vento.
Oh, isso ainda, ainda ainda eu era capaz de fazer!
INF Tinha em barro também,
mas o barro pesava muito ao ao moinho, não era?
e depois arrebentava às vezes um ferro,
que aquilo tinha tinha que ter uma, um [vocalização] um cabo de aço, tudo ao redor,
que era para para andar ligado, para não arrebentar,
porque as velas arrebentavam com aquilo.
Chamávamos-lhe a gente as espias, ou os travadoiros.
Às vezes, arrebentava um [vocalização] um travadoiro…
Por exemplo, travavam os braços para eles não arrebentarem
E depois então os buzinos de barro quebravam-se.
E os de cana já se não quebravam.
É os travadoiros que arr-, às vezes, arrebentavam com o temporal, quando fazia muita força.
E depois quebrava os [vocalização], o [vocalização] os buzinos de barro.
Eu cheguei-os a ter de barro,
INF mas a gente, mais geral, para andar a [vocalização] …
Claro, tínhamos que poupar dinheiro,
porque naquele tempo não havia dinheiro,
e depois tínhamos então [vocalização] os travadoiros
e prantávamos então de cana.
INF Era, por exemplos, ele era acolá e eu estava aqui,
e sabia se o moinho andava depressa, se andava devagar.
INF Quanto mais depressa andasse mais aquilo buzinava!
que o moinho anda muito depressa"!
Cheguei daqui a abalar a correr –
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