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Montalvo, excerto 5
Text: -
INF1 Eu até tenho a reforma lá da da casa, como criado antigo desde a idade a idade de [vocalização] de quinze anos, que para lá andei a trabalhar até até à idade que pude.
De maneira que ele chega lá
e diz diz ele para mim: "Ó Guilherme, vá aí a a esses senhores".
Depois fui lá ao pé deles,
disse assim: "Afinal o senhor é que é cá o capataz da quinta"?
[vocalização] "Então, quem é que m- quem é que limpou aqueles sobreiros à borda da estrada lá ao cimo do aterro, ali daquela inclinação do aterro para cima"?
"Foi uns rapazes que aí andavam,
mas eu é que mandei, que eles não sabiam,
não percebiam nada daquilo".
Sabe a resposta dele para mim?
"Os rapazes não percebiam
e o senhor também não percebia nada".
Porque é que eu não percebia"?
"Porque a poda da so- [vocalização] dos chaparros não são feitas assim".
Eu disse assim: "É porque eu estou en- ensinado, por o senhor engenheiro Gustavo" – por um engenheiro que eu andei na companhia dele, que era lá da Escola Agrícola – "e do senhor engenheiro Hálio, de limpar os chaparros assim, os sobreiros".
Porque a gente antigamente limpava os sobreiros e os chaparros era a crescer.
de chamava-lhe a gente à borla.
Quer dizer, ficava só aquela ramalhuda na na ponta e tudo a crescer.
E eu também já tinha informações que eles que não queriam assim, que o senhor Hálio já me disse que querem, mais ou menos, como a uma oliveira mas um bocadinho diferente.
A oliveira é composta de rama tudo em volta.
porque [vocalização] a oliveira tanta tanto [vocalização] recebe azeitona – a oliveira ou qualquer árvore – p- por dentro, como é por fora.
Porque as meninas já devem ter visto,
às vezes estão muito carregadas por fora e por dentro não têm nada.
INF Há outras às vezes árvores assim.
"Ah, parece que não têm nada".
e estão vergônteas carregadas.
Portanto, limpa por um lado, por outro.
Portanto, precisa de receber a [vocalização] a claridade e a, e a, e a e o vento bater para limpar.
Que é a tal coisa da, da da prova da de ela se galar, de a azeitona se galar.
Porque isto, é claro – não pareça mal esta minha palavra.
INF Há homens [pausa] e há mulheres.
E tem que se fazer um conjunto para aparecer alguém.
Tem que se fazer um conjunto.
As árvores é a mesma coisa.
O que é é diferente umas para as outras.
Eu estou a chateá-las por causa…
INF1 Depois digo, digo eu digo eu assim para esse: " Mas o senhor, [pausa] se quiser, diz-me.
Havia ali umas murtinheiras
e havia ali uns chaparrozitos novos, uns sobreirozitos.
"O senhor, se quiser, vai-me ali indicar um qualquer chaparro, um qualquer so- coiso ali
e eu vou limpá-lo [pausa] da forma que os senhores querem".
Fui Fui limpar [vocalização] o sobreiro
e limpei-o assim: "Sim senhor".
E nunca me disseram nada.
dizia-me se havia alguma diferença".
Não há diferença nenhuma.
Mas, olhe, o senhor sabe o que fez?
Olhe, o senhor apanhava seis meses de prisão.
[pausa] E aqui o senhor doutor apanhava uma multa, que se isso não era muito pequena".
"Mas como o senhor deu como informações dos engenheiros donde andou a trabalhar – porque foram nossos professores – é que se os en- ensinaram,
o senhor está desculpado.
Porque, senão, era assim.
Porque tive eu trabalhei ali com engenheiros que, enfim…
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