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Montalvo, excerto 6
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INF1 Nos sobreiros, eu andei andei, andei na casa de na casa Sommer.
Andei na casa Sommer também a governar,
até acolá quase ao pé de Espanha, um sítio chamado a Coutada dos barcos Arcos, por cima de, de de Assumar, nessa nessa direcção.
Por causa que coiso e E a gente até lá trazíamos uma uma calda que se deitava – que eu não me recordo agora o nome disto – para para tapar os no- os golpes grandes para o gelo não queimar.
Bom, viemos embora para baixo.
Então vou vou acabar de contar o papel da da oliveira.
então ele não me disse mais nada, nem coisa nenhuma, nem se estava bem,
e eu volto para cima outra vez
e digo assim: "Ó senhor engenheiro, eu peço-lhe desculpa,
eu tenho que dizer o que sinto.
É porque ninguém tenha na ideia que é um bom agricultor, porque não é"!
E as meninas estão estão capazes de estar a parecer mal também?!
INF1 Está-lhe a parecer mal.
"A gente não, ninguém é A gente ninguém é bom agricultor".
Di- Diz ele para mim: "Ó senhor Guilherme, não me diga uma coisa dessas, porque eu tenho tirado boas provas,
tenho feito bom serviço, e tudo,
e tenho ficado sempre bem,
e o senhor agora está dizendo que não há não há nenhum agricultor "?!
Não há nenhum agricultor".
É claro, ele ficou assim modo surpreendido a olhar para mim,
começou a olhar assim: "Pois, pois claro"…
Chega-se ao pé do meu patrão,
vai ele assim: "Ó senhor doutor, tenha paciência.
Eu vou aqui falar com o senhor Guilherme".
disse ele: "Agora há-de-me aqui explicar e dizer porque é que o senhor disse que não há nenhum agricultor.
Então a gente paga a nossa prova,
Olhe, o senhor [vocalização] engenheiro, ve- veja uma coisa.
Está aqui esta tapada de oliveiras;
Eu sou encarregado deste pessoal.
Amanhã você: você vá para tal banda limpar aquelas oliveiras.
Mas olhe que elas precisam de ser cortadas.
Precisam de ser cortadas.
Digo [vocalização] "Esse senhor chega aí
não vou fazer o que o senhor manda.
mandou-me cortar as oliveiras
mas eu não as vou cortar todas.
Porque eu chego ao pé de uma oliveira
és cortada, [pausa] para renovares, para te fazeres boa, para depois dar produto outra vez para o para o lavrador.
não precisa de ser cortada".
Precisa de ser espontada, quer dizer, ficar a meia rama.
Quer dizer, tirar aqueles vergueiros que estão dentro – que chama-lhe a gente uns ladrões –,
INF1 aqueles vergueiros, tirar aqueles vergueiros todos que estão dentro e, é claro, armá-la, e procurar aquela rama, principal, a rama em volta, naquelas rebaixadas, naquelas coisas todas e aproveitar aquilo tudo, [pausa] a essa que já não é cortada.
À outra, que foi cortada há dois ou três anos – por exemplo, dois anos, que é o que, mais ou menos, se regula,
INF1 é cortada dentro de dois anos,
Aqueles arrebentões todos que estão na, na, nas nas primeiras pernadas ou na ou nas segundas, ou nas terci- nas terceiras – sim, conforme é [vocalização] é a colocação da árvore – tem que tem que ser aquilo desbastado.
Quer dizer, tem que se deixar os arrebentos próprios que sejam para para se procurar uma pernada amanhã ou outro dia.
Claro, tem que se perguntar e desbastar.
Não convém aquele vergueiros lá dentro.
Aquilo é uns ladrões a roubar a oliveira.
Portanto, há oliveiras para podar e não há podador de oliveiras.
Há oliveiras para podar mas não há podador.
Elas é que sabem aquilo que precisam
e é isso que a gente tem que fazer.
Propriamente o lavrador precisa de azeitonas todos os anos.
e daqui a cinco anos não dão mais.
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