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Montalvo, excerto 11
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INF1 Vinha esta coisa, por exemplo, do, do do milho:
o milho era semeado a lanço.
Andavam os bois [pausa] a lavrar, e tudo,
e depois, é claro, ia o abegão,
espalhava o milho a lanço, tudo para fora;
e depois ia [vocalização] a gente com as grades – que chamam-lhe uma grade, que é uma parte com uns bicos, e tal –
é gradar e enterrar o milho.
Quando era aí principal no nateiro, principal no nateiro, quando era aí ao fim de vinte dias, já se podia sachar.
Mas aquilo depois era dividido em em chama-lhe a gente searas, em terras.
Ia, por exemplo, o guarda da casa –
que estava na casa – ia dividir aquilo com umas canas.
media a passos pela seara…
a s- a menina amanhava outra,
INF1 Antigamente era assim:
cada qual tratava da sua.
[vocalização] O milho, quando era de com a pá acabado de sachar – a gente íamos chamava-lhe a gente sachar –, era de…
deve ficar aí com aí com um palmo ou ou aí quase dois palmos dividido um do outro.
Claro, o milho estava espalhado aí num monte.
A gente mesmo com a enxada propriamente cortava
e já sabia aquilo que havia de deixar.
INF1 Sim, já sabia aquilo que havia de deixar, cortar.
Que vinha depois outra altura quando ele começava a querer desembandeirar, quer dizer, deitar a bandeira e a deitar a [vocalização] espiga o, a aquela barbazita,
íamos amotar – chama a gente amotar –, amotar mais alguma erva que lá estava por dentro.
INF1 Íamos por dentro do milho,
isso era apanhar era apanhar barrigadas de suor lá dentro e e de orvalhadelas de manhã dentro do milho.
Que o milho [pausa] alto e a gente lá dentro, era era de matar!
INF1 Quer dizer, com a enxada.
E às vezes a passar por aqui e por além, a fazer poeira.
Era poeira lá por toda a volta,
INF2 Às vezes, até se perdiam uns dos outros, [pausa] lá dentro do milho.
De maneira que o v- o milho era assim criado.
Depois é claro, vinha o tempo de,
estava já com a espiga por baixo, e tudo,
o guarda vinha dar ordem aos donos das searas: "Vai despontar"!
Despontar era tirar a bandeira.
Tirar aí a bandeira logo rente ali à espiga.
E depois esse resto, tirar a bandeira, era já com o lavrador.
Depois ia então o pessoal do do lavrador.
Por exemplos, os homens e as mulheres, íamos atar o pasto, quando ele estava seco, [pausa] atar o pasto.
INF1 Íamos atar, tirar para fora do, do do milho,
e depois vinha os carreiros carregar e tudo, levar para o para a quinta, e depois ser lá empalheirado.
Quer dizer, empalheirado, metido dentro da das casas, das cabanas, dentro daquelas coisas, porque é para depois se dar ao aos animais para comer, para dar.
E depois o milho, quando estava capaz de apanhar, havia ordem.
Vinha o guarda dar as ordens: "Fulano, fulano, fulano, tal dia vão apanhar a seara.
A gente cá depois tínhamos [vocalização] juntava-se.
Por exemplo, eu juntava-me com família de casa daqui dessa, ou daquela e daquela.
Quer dizer, eu ia a minha mulher ia ajudar a elas
e elas vinham-nos ajudar a nós.
Só apareciam quando era preciso.
E depois ia-se apanhar o milho.
Íamos de madrugada, de noite, apanhar o milho.
Ia o homem, ou um rapaz, para acartar aquilo às costas com um cesto para um monte;
depois vinha vinham os carreiros com os carros, com as caixas,
perguntava ao abegão que estava na eira: "Qual é a minha seara"?
A apanhar, toca de desencamisar.
da- deitavam-se para o coiso.
Fazia-se, é claro, ali um eirado de milho ali assim.
Quando ele estava seco, dizia lá o bandeiro assim: "Ó fulano, tal dia podes vir malhar a seara".
A gente íamos para lá, é claro,
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