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Montalvo, excerto 25

LocalidadeMontalvo (Constância, Santarém)
AssuntoO sobreiro e a cortiça
Informante(s) Guilherme

Text: -


[1]
INF Outra:
[2]
vamos arrear sobreiros.
[3]
Pertence seis homens dar madeira para para, por exemplo, vinte cinco ou trinta homens casquear.
[4]
Quer dizer, é tirar tiram a bóia daqueles dos paus que cortam, d dos sobreiros.
[5]
INF Aproveitam a bóia para uma banda
[6]
e tiram a casca.
[7]
Com umas enxozinhas depois tira-se a casca,
[8]
fica a secar e tudo, para depois vender para para as fábricas, e a bóia, para vender para a fábrica e tudo.
[9]
E isso tudo.
[10]
E a gente, andam seis homens a arrear [pausa] chama-lhe a gente arrear adiante, a cortar madeira.
[11]
A gente temos que dar madeira para aqueles homens.
[12]
A gente temos que limpar os chaparros pequenos que vão à nossa que não têm madeira.
[13]
Mas é de justo,
[14]
temos que limpar.
[15]
Ora, o que é que a gente faz?
[16]
Tudo na malandrice!!
[17]
! O que é que a gente faz?
[18]
Um empregado, anda o n- o nosso capataz,
[19]
anda atrás,
[20]
mas os homens andam à f- à frente, à vontade, porque sabem que têm que dar madeira para aquela gente.
[21]
Mas o, o o dono da propriedade põe um homem [pausa] a tomar sentido no sobreiro para não o deixar cortar mais que o ajusto que fizeram do corte dos sobreiros.
[22]
INF Um pouco mais ou menos, aquela conta.
[23]
Mas a gente andamos levamos ali uma encosta [pausa] de sobreiros por ali fora,
[24]
os homens cada um com o seu sobreiro,
[25]
não não é dois.
[26]
[vocalização] Acolá em baixo, o meu camarada tem acolá uma chaparra boa.
[27]
Chama-lhe a gente uma chaparra, uma sobreira, e tudo.
[28]
Tem ali umas rebaixadas boas,
[29]
tem ali madeira boa e tudo.
[30]
Mas é claro, o homem que anda não deixa cortar por onde a gente quer para tirar muita madeira.
[31]
O que é que aquele que está acolá em cima faz?
[32]
"Ó senhor fulano"
[33]
Está um chaparro,
[34]
a gente que não tem governo,
[35]
não tem que fazer negócio nenhuma
[36]
"Ó senhor fulano".
[37]
"Diga".
[38]
"Venha aqui ver".
[39]
"Eh !
[40]
Está aqui este sobreiro, este ramo assim,
[41]
está acolá aquele ramo,
[42]
eu para tirar aquilo e tal
[43]
Ahh!
[44]
Não sei o que é que lhe hei-de fazer.
[45]
Está ruim de tirar"!
[46]
O outro em baixo, tumba, tumba, tumba, tumba, abre as pernas, com a machada:
[47]
tumba, tumba, tumba, um talho por baixo nas pernadas, naquela rebaixada.
[48]
Vai àquela :
[49]
tumba, tumba, tumba!,
[50]
ela cai para baixo;
[51]
vai ao meio,
[52]
deu-lhe um golpe:
[53]
truz!,
[54]
de encontro àquilo, cai para baixo.
[55]
O homem cair tanta madeira para o chão,
[56]
vem por ali abaixo:
[57]
"Eh calma!
[58]
Mas que está você a fazer, homem?
[59]
Eia , você
[60]
Ai, o patrão vem para cima de mim,
[61]
então você [pausa] entra para à à limpeza do chaparro"
[62]
"Mas o que você quer, homem?
[63]
Não tinha nada por onde pegar"!
[64]
Ele tinha pregado com ela no chão.
[65]
Havia, o Por onde ela havia de ser cortada sim, por onde havia de ficar limpa , [vocalização] era a primeira coisa que caía para o chão cortado rente logo de caminho ao caminho, para ele não ver.
[66]
"Então não tinha nada.
[67]
Então ficava aqui um pau cego?!
[68]
[pausa] Não tinha nada,
[69]
tinha que se deitar para o chão"!
[70]
É claro, aquele aquela quantidade de madeira segurava aos homens atrás
[71]
e a gente levava boa vida à frente.
[72]
É.
[73]
como é as malandrices feitas?!
[74]
É assim.
[75]
INF Ao resto, davam cem mil reizitos à gente,
[76]
olhe, e ficávamos contentes.

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