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Montalvo, excerto 28

LocationMontalvo (Constância, Santarém)
SubjectAs árvores
Informant(s) Guilherme
SurveyALEPG
Survey year1991
Interviewer(s)Ana Paula Banza Ernestina Carrilho
TranscriptionSandra Pereira
RevisionMaria Lobo
POS annotationSandra Pereira
Syntactic annotationMárcia Bolrinha
LemmatizationDiana Reis

Text: -

[1]
INF O casco.
[2]
Tem um entrecasco [pausa] por dentro, que é, enfim, é onde aguenta a seiva,
[3]
puxa.
[4]
INF Porque muitas árvores recebem às vezes a seiva,
[5]
quer dizer, recebem a s- a semelização, porque a árvore é como nós.
[6]
[pausa] A árvore – estou indicado nisso –, a árvore é como nós:
[7]
tem que ter respiração e semelização.
[8]
Quer dizer, encontra-se a gente às vezes árvores,
[9]
que se encontra às vezes muita árvore – as meninas há-dem lá chegar, se chegarem lá a isso, ou se já chegaram –,
[10]
encontra-se árvores que se encontra as folhas com ferrugem e tudo.
[11]
É É que a árvore respirou,
[12]
suou,
[13]
é como a gente diz: "Eh pá, estou transpirado,
[14]
suei.
[15]
Alaguei-me todo de água".
[16]
A árvore é a mesma coisa:
[17]
transpirou,
[18]
transpira muito
[19]
e é a f- a folha enche enche-se de ferrugem,
[20]
enche tudo.
[21]
É claro, porque a gente mesmo vai cortar uma árvore,
[22]
[vocalização] limpar uma árvore, não lhe pode tirar as folhas todas.
[23]
INF Não pode a gente botar aqui uma árvore agora depois: "Ah, vou-lhe tirar a folha para crescer mais para diante".
[24]
Cresce menos.
[25]
Porque a árvore tem, a árvore tem que, tem tem que receber a semelização pelo ar.
[26]
INF Recebe a semelização.
[27]
Quer dizer, recebe a respiração [pausa] pelo ar.
[28]
INF É claro, tem o sustento por baixo
[29]
mas tem a a respiração pelo ar.

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